Wednesday, February 10, 2010

POEMA DE PAUL VERLAINE

12.

Éramos, no café, entre gente imbecil,
Apenas nós os dois adeptos do tal vil
Vício de ser «pró-macho»; e com simulção
Ríamo-nos do parvo, ar de bonacheirão,
De seus amores normais, com a moral à coca.
Punhetas mil fazendo, a desbastar a moca,
À bruta, à tripa-forra, e nisso apostados,
Plo fumo do cachimbo apenas meio velados
(Assim como Hera outrora a copular com Zeus),
As nossas piças, quais pencas e Karrogheus
Assoados à mão, aprazível limpeza,
Em jactos de langonha espirravam sob a mesa.

em Hombres, Lisboa: &etc, colecção Contramargem (nº17), tradução de Luíza Neto Jorge, 1983, p. 27.

publicado por manuel a. domingos às 21:21 0 comentário(s) ligações

retirado de http://meianoitetododia.blogspot.com

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