Friday, January 30, 2009

MANIFESTO DO PSSL


O Partido Surrealista Situacionista Libertário (PSSL) opõe-se à vidinha do rebanho, previsível, rotineira, sem interesse de todos os dias. O PSSL opõe-se à não-vida do mercado, da economia, do dinheiro, do lucro, do governo, do défice, das décimas, das percentagens. O PSSL recusa que o homem se reduza à condção de número, de mercadoria, de objecto de compra e venda, o PSSL abomina a troca mercantil "que emporcalha as relações humanas". O PSSL quer silenciar o discurso assexuado dos economistas. O PSSL acredita no amor, na liberdade e na poesia como forças inaugurais de um mundo onde o homem seja criador, deus, poeta. O PSSL acredita na vida autêntica, plena, divina tornada banquete permanente, onde sejamos profetas e afirmadores da vida. O PSSL quer acrescentar caos ao caos actual de forma a atingir a revolução. O PSSL entende que a culpa da crise do capitalismo é do próprio capitalismo e que, portanto, é preciso derrubá-lo mas sem as tácticas eleitoralistas dos partidos e organizações tradicionais que apenas contribuem para o reformar. O PSSL não acredita em transições pacíficas para o socialismo nem para o anarquismo por isso defende a revolta permanente.

Tuesday, January 27, 2009

A REVOLUÇÃO E A CRISE


A REVOLUÇÃO E A CRISE



António Pedro Ribeiro



Falências, despedimentos em massa, vidas desfeitas, pobreza, miséria, eis o resultado da crise dos bancos e das bolsas. E não há aqui capitalismo financeiro ou selvagem e capitalismo "soft". O capitalismo é só um. É um sistema imensamente cruel que transforma o homem em mercadoria, em mero objecto de compra e venda como os detergentes e o papel higiénico. O que eles querem - banqueiros, capitalistas, políticos- é que passemos a vida a lamentar a crise como se ela fosse uma inevitabilidade e não tivesse culpados. A crise tem culpados: os banqueiros, os especuladores bolsistas, os capitalistas, os governantes. É preciso dizê-lo e proclamá-lo a alto e bom som. É necessário fazer como na Grécia e na Islândia. Vir para a rua agitar. Só assim eles nos compreendem. Só assim eles percebem a força que podemos ter. Só a revolução acabará com a crise.

Sunday, January 25, 2009

MORRISON


É uma espécie de jogo. Você sai para uma noite de bebedeira e nunca sabe o que pode acontecer: pode ser uma tragédia ou simplesmente uma grande noite de conversações e diversão.

Jim Morrison



Rolling Stone: Existe alguma área sobre a qual você gostaria de falar?

Jim Morrison: Que tal... você gostaria de discutir sobre o álcool? Apenas um diálogo pequeno. Nada muito longo. O álcool está oposta às drogas.

R. S.: O.k.? Parte da mitologia é a de você no papel de um beberrão pesado.

J. M.: Num nível bem básico, amo beber. Mas não consigo me ver bebendo apenas leite ou água. Mas isso me arruina. Você tem de ter vinho ou cerveja para completar uma refeição (longa pausa).

R. S.: É tudo o que você tem a dizer? (risos)

J. M.: Ficar bêbado... você está totalmente em controle até um ponto. É sua escolha, toda vez que toma um gole. Você tem muitas pequenas escolhas. É como... acho que é a diferença entre o suicídio e uma entrega aos poucos.

Saturday, January 24, 2009

JIM MORRISON


James Douglas Morrison nasceu no dia 8 de dezembro de 1943 na cidade de Melbourne, Florida - EUA. Sagitariano, ele era poeta de corpo e alma. Seus amigos mais íntimos eram os outros membros da banda, sua namorada Pam e aqueles que o acompanharam desde o começo de sua carreira.Antes de ser um músico, Morrison era um poeta, muitas vezes incompreendido. Sua sinceridade, seu jeito de expor a mais dura realidade sobre a humanidade em suas poesias conquistaram grande multidão, mas também afastavam aqueles que não compreendiam suas atitudes. Sua escrita virou porta-voz de um movimento, de uma alternativa ao status-quo social, na sua "in your face poetry" (poesia na cara).

Do seu filósofo favorito, Friedrich Nietzsche, Morrison tirou alívio e incentivo para dizer "sim para a vida". Ele não era mais um suicida do rock, como muitos acreditam, mas escolheu intensidade ao invés de duração. Tornou-se o que Nietzsche definia como "aquele que não nega, que não diz não, que se atreve a se criar".

Ele se recusava a comprometer sua arte. Este foi o seu bem e também o seu mal, ir até o fim dessa busca ou morrer tentando: tudo ou nada. E justamente por ele não industrializar ou popularizar o que escrevia, não conseguia fingir desespero ou êxtase. O que fazia não era mero entretenimento nem simplesmente a realização de movimentos já condicionados; ele era brilhante e desesperado, motivado pela necessidade de "testar os limites da realidade", sondar o sagrado e explorar o profano.

JIM MORRISON


JIM MORRISON
Os concertos dos Doors eram na verdade, rituais. Morrison conhecia profundamente a filosofia de Nietzche e particularmente suas obras: A origem da tragédia e a cultura dos gregos, nas quais o autor postula o espírito dionisíaco em cujo delírio sagrado a natureza abre ao artista suas verdadeiras portas e lhe mostra a face real:

"A música mágica e a conjuração parecem ter sido a forma primitiva e origem de toda a poesia. O homem acostumou-se durante milênios com a conecção do idioma com o ritmo da música. O poder mágico da dicção rítmica tem sido paulatinamente esquecido. Distanciamo-nos cada vez mais da nossa origem. A canção mágica é uma conjuração aos demônios que parecem estar em atividade. A iniciação - cujos mestres foram segundo a mitologia, Orfeu, Musaeu, etc... era fundamentada pelos efeitos catárticos. As canções rituais relacionadas com os antigos mistérios eram vigorosas e entusiásticas."

(Nietzche - A cultura dos gregos)

"Da mesma forma que os coribantes possuídos pela febre da dança não realizam suas que evoluções no espaço, segundo uma clara consciência, os poetas líricos também engendram as mais belas poesias apenas quando a potência da harmonia e do ritmo 'baixa' sobre eles."

(Platão, em Ion)

Morrison havia particpado na UCLA de um grupo de teatro que seguia as diretrizes do teatro da crueldade do surrealista Antonin Artaud. A representação cênica foi revolucionada por este mestre que a concebia como um ritual orgástico, mágico e irrepetitível. Artaud, que nos anos 30 já experimentava peiote (cacto alucinógeno) entre os xamãs mexicanos, descreveu esse ritual no seu livro A Taraumara.

"O país dos índios Taraumara é repleto de misteriosos signos de formas esculpidas pela rocha viva sob o sol escaldante do deserto. Sob o efeito profundo do peyote, presenciei a tradição da Cabala, esta notável música dos números. A sagrada matemática oculta, na qual o caos material se rende totalmente a seus princípios. Uma matemática grandiosa que explica como a natureza engendra a gênese das formas. Nos maciços rochosos do deserto, distinguia, cristalinamente as estátuas esculpidas segundo a progressão numérica 3,4,7 e 8. As formas bizarras e barrocas dispunham-se sob um pedestal de granito formado por 3 sólidas rochas que se arrojavam em 12 pontas até as alturas. Os Taraumara repetiam estas séries em seus rituais e danças."

(Antonin Artaud)

Os alucinógenos sempre tiveram uma importância muito grande na formulação inicial do som dos Doors. Eram utilizados como catalisadores. Morrison seguiu ao pé da letra a máxima de Rimbaud: "Embriaguês sagrada: te afirmamos método!" ritualizando seus concertos, deixava-se levar pelas poderosas correntezas de Dionísio.

(Erycson Poltronieri e Andrei Simoes)

ANARQUISMO E ANTROPOLOGIA


Livros: “Anarquismo e Antropologia” e “Dicionário da Anarquia”
Segunda-feira, 5 Janeiro 2009
[Acabaram de ser lançados dois livros que merecem ser conferidos. "Anarquismo e Antropologia", saiu na Espanha e fala das "relações e influências mútuas entre a antropologia social e o pensamento libertário". Já "Dicionário da Anarquia", foi editado na França, e é um livro que ao longo de suas 665 páginas aborda os principais defensores da anarquia, as idéias e pensamentos anarquistas no mundo contemporâneo, a sua influência, muitas vezes negligenciadas, e ainda ignoradas.]

Anarquismo e Antropologia

Desde Piotr Kropotkin até Pierre Clastres, passando por Marcel Mauss ou Radcliffe-Brown, um enigmático vínculo tem ligado o anarquismo e a antropologia. Hoje, dentro do esforço por defender antropologias não-hegemônicas está emergindo uma espécie de “antropologia anarquista”. Este livro coleciona contribuições de diversos antropólogos que se aproximam a diversas realidades influenciadas pelo pensamento libertário: Brian Morris, Abel Al Jende, Harold Barclay, Félix Talego, David Graeber, Gavin Grindon, Jesus Sepúlveda, Karen Goaman e John Zerzan. Cada um desde diversos ângulos e analisando diferentes objetos de estudo, nos mostram a coisa frutífera da aproximação entre uma escola de pensamento e movimento social, por um lado, e uma disciplina científica, por outro.

LaMalatesta Editorial, Madri 2008 - 267 págs.

Mais infos: www.lamalatesta.net

Dicionário da Anarquia

Na Abadia de Thélème, imaginada por Rabelais, fazia-se o que se queria. Este constituiu um dos antecedentes daquilo que alguns séculos mais tarde se veio a designar por anarquia. As bases deste anti-sistema floresceu no lastro do iluminismo com William Godwin e Charles Fourier, mas o verdadeiro teorizador da anarquia foi, sem dúvida, Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), autor de uma doutrina política socialista que sempre se mostrou extremamente crítica em relação a outra corrente de pensamento, o socialismo de Karl Marx.

Enquanto movimento político propriamente dito, a anarquia só aparece por volta de 1880, pouco depois da morte do aristocrata Mikhail Bakunin (1814-1876), considerado o pai de todos os anarquismos, e que foi excluído por Marx da Internacional. A anarquia assume-se como um movimento exterior a todos os partidos, e agrega múltiplas variantes e tendências.

“O que há de comum entre o anarquismo individualista, de Stirner a E.Armand, e o comunismo libertário de Kropotkine senão a oposição mais completa ao aparelho estatal? Assim como, pouco ou nada há em comum entre o pacifismo integral do anarquista Louis Lecoin, e a sua defesa da objeção de consciência, e o niilismo terrorista, já sem falar do anarquismo cristão ou, até mesmo, do anarco-capitalismo”.

Michel Ragon acaba de editar na França um Dicionário da Anarquia destinado a esclarecer uma corrente de pensamento e um movimento social muito pouco conhecido pelas pessoas em geral. Um pensamento que Michel Ragon, filho de camponeses, e hoje octogenário (nasceu em 1924), sempre partilhou, e o marcou no seu percurso de autodidata, desde o tempo que era alfarrabista nas margens do Sena até se ter consagrado como crítico de arte e de arquitetura.

De Proudhon a Cohn-Bendit, de Brassens a Léo Ferré, de Mirbeau a Camus, de Breton a Sartre, de Henry Thoreau a Herbert Marcuse, do Surrealismo ao Situacionismo, sem esquecer desenhistas como o belga Frans Masereel ou o pintor impressionista Camille Pissarro, a família libertária é de uma espantosa riqueza e de uma enorme diversidade, o que constitui simultaneamente o seu ponto fraco, mas também a sua maior capacidade de atração. Ora é todo este panorama que a obra de Michel Ragon, agora editada, pretende dar conta sob o ambicioso título, Dicionário da Anarquia.

Não falta sequer neste dicionário a menção do niilismo dos terroristas russos, referidos por Tourgueniev, Tchernychevski, Dostoïevski ou Nietzsche, ou os terroristas franceses, que se reivindicam anarquistas, desde Ravachol ao Bando de Bonnot, ou mesmo da Action Directe.

Figura tutelar em todo este movimento é, sem dúvida, Louise Michel (1830-1905), professora e conhecida figura da Comuna de Paris, a quem é reservada uma atenção especial nas múltiplas entradas de que é constituído este valioso dicionário da anarquia.

Editions Albin Michel, 2008. 665 págs.


agência de notícias anarquistas-ana
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mescalero

Wednesday, January 14, 2009

COMUNICADO DOS SURREALISTAS PORTUGUESES


COMUNICADO DOS SURREALISTAS PORTUGUESES
Novembro de 2006 (ver nota 1 abaixo)





Por um deserto exaustivamente longo, seguimos o nosso caminho de inventores desconhecidos, enquanto um corpo de mulher decapitado nos sorri, e uma mêsa muito branca e sangrando sempre caminha para nós ...

Em cada país a posição surrealista tem de se colocar conforme as suas próprias possibilidades e formas de actuação, condicionada pelo meio em que existe e é obrigada a ser e servindo da capacidade de revolucionar-destruir-criar que êsse mesmo meio lhe proporciona. O surrealista não é um mártir da ciência ou de qualquer outro mito aceite pela sociedade dita organizada, nem um combatente pago (ou não-pago) para servir ordens emanadas de qualquer partido ou organização mais ou menos política ou filantrópica. O surrealista utiliza o seu próprio mito, venha ele das cavernas dos anões de sete olhos ou das máquinas de costura antiquíssimas, serve-se do seu mito particular para seguir pelos caminhos tenebrosos e ainda por descobrir onde existem pontes de velhos manequins, e usa-o conforme a sua necessidade e furor pessoais dentro do meio em que por acaso existe, sem procurar o martírio merdoso heroico-patriótico dos homens de partido. Por isso as actuações tem de se adaptar ao local em que se situam. Por isso a nossa afirmação de que, em Portugal, não é possível a existência de qualquer agrupamento ou movimento dito surrealista, mas de que apenas poderão existir indivíduos surrealistas agindo, por vezes, em conjunto.

Debaixo de qualquer ditadura (fascista ou stalinista) não é possível uma actuação surrealista organizada sem as respectivas consequências de represálias policiais e portanto sem o aparecimento dos respectivos mártires e herois. A acção surrealista, nêste caso particular, está limitada a uma série de actos que poderíamos chamar de guerrilhas, ou a um acomodamento reaccionário com os respectivos ministérios de PROPAGANDA. Das duas posições é, sem dúvida, a primeira a única possível embora, por vezes, bastante difícil de manter.

Quando num país o poeta não é mais poeta se não pertencer a um partido e o homem não pode ser homem se não for um carneiro, o grande mito do século - LIBERDADE - deixa de ser mito para se tornar uma realidade visível que se procura com ânsia e desejo. Quando num país a egreja católica tranforma os homens em seres sem sexo e a ditadura do Papa obriga os poetas a serem padres ou castrados, o nosso furor sexual obriga-nos ao grande acto mágico da subversão de valores e à afirmação total do nosso direito de actuar livremente, de sermos os verdadeiros poetas do amôr, da destruição, da surrealidade.

Queremos afirmar - e afirmamos - que a verdadeira actuação surrealista, não se limitando ao campo político, ao filosófico, ao estético, ou a qualquer outro mas reúnindo-os todos no Real-Imaginário, não pode nem deve seguir a rota de qualquer um destes caminhos mas agir dentro de todos eles. Por isso cremos que aqui, em Portugal, estando, como estamos, limitados por todos os lados, só temos à nossa frente a feroz presença do desejo individual para lutarmos contra a extinção do Homem que o estado vai realizando sistemáticamente e não podemos, portanto, enfileirar em qualquer partido que, a título de futuras liberdades políticas (ou outras quaisquer) nos faria cair fatalmente noutra ditadura. Também não acreditamos que o seguir esta ou aquela tendência estética, que a título de revolucionária, pretenda criar outro tipo de academismo, fôsse de qualquer maneira suficente para nos levar à libertação desejada. Qualquer espécie de realismo-socialista com todo o seu cortejo de estéticas, literaturas e políticas de partido, é tão prejudicial à liberdade do Homem como uma ditadura fascista, apenas conseguindo pôr no lugar de deus um outro deus igualmente absurdo.

Substituir um Papa por outro Papa é o que de forma nenhuma podemos admitir. O Homem só será livre quando tiver destruído toda e qualquer espécie de ditadura religioso-política ou político-religiosa e quando fôr universalmente capaz de existir sem limites. Então o Homem será o Poeta e a poesia será o Amor-Explosivo.

A nossa posição de surrealistas portugueses é, portanto, feita de pequenos actos, de esporádicas sortidas no campo do desconhecido, é feita de trasnformações subitas em que a serpente de repente deixa de ser o pequeno animal caseiro que todos nós conhecemos para começar a caminhar na floresta petrificada povoada de sombras e de olhos de panteras.

Contra a transformação do Homem em santo canonizado, propomos a aparição do Homem e da Mulher eternamente abraçados, a súbita nascença na praia abandonada do Cavalo de Sete Cabeças, filho do Fogo e da Água. Contra a adaptação do Homem numa máquina de defender pátrias e partidos, propomos a criação do Homem-Asa, do Homem que percorrerá o Universo montando um comêta extremamente longo e fulgurante.

Para a pátria, a egreja e o estado a nossa última palavra será sempre: MERDA.

Lisboa, Abril de 1950

Mário Henrique Leiria João Artur Silva Artur do Cruzeiro Seixas


Este COMUNICADO DOS SURREALISTAS PORTUGUESES foi enviado em 25-4-50 para Londres ao poeta Simon Watson Taylor e destinava-se a ser publicado conjuntamente com outras comunicações de grupos surrealistas de diversas nações. Por razões que se desconhecem permaneceu inédito até Petrus o publicar no terceiro volume da obra "Os Modernistas Portugueses, dos Independentes aos Surrealistas". Em 1973 a revista PHASES (nº 4, 2ª série) publicou este texto traduzido por Isabel Meyrelles.

A cidade surrealista continua-se construindo com a surrealidade de todos os Poetas, quaisquer que sejam as suas decisivas experiências. Pouco mais de meio século do primeiro aparecimento deste comunicado, os seus autores como outros surrealistas portugueses e ulteriores (abaixo assinados) continuam a afirmar a sua posição ao espírito eminentemente livre manifestando o seu apoio incondicional àqueles que, em devido tempo, disseram e escreveram a sua posição. Pretendemos que o nossa justiça seja pelo menos semelhante nesta actualização, ao homenagearmos com este abaixo assinado.

Novembro de 2006


Miguel de Carvalho Mário Cesariny Cruzeiro Seixas André Escarameia

Carlos Silva Paulo Costa Domingos Seixas Peixoto Raúl Perez

Isabel Meyrelles Nicolau Saião Carlos Martins Alvaro de Navarro




NOTA (1):
Trata-se do derradeiro comunicado assinado por Mário Cesariny, pouco antes de falecer.

LUTA SOCIAL


A crise do capitalismo, um tema para 2009
A crise do capitalismo, um tema para 2009

Um pano de fundo

Todos sabemos que o momento é delicado. O desencadear da crise financeira, com os novos episódios que se lhe seguirão demonstra, na prática, a falência do neoliberalismo. Falido e francamente desacreditado ideologicamente mas, não morto ou enterrado.

Esta crise, seguindo-se a várias outras mais localizadas umas (colapso da banca japonesa em 1995, crise russa de 1998, entre outras) ou, mais alargadas, outras (a dos “tigres asiáticos” em 1997, a bolha dos “dot.com” em 2000/2004, por exemplo) era francamente previsível quer por analistas anticapitalistas e, mais envergonhadamente, por defensores do modelo keynesiano do capitalismo. Entre os primeiros, esta crise e a dimensão que assumiu, vem acelerar a necessidade de crítica do sistema capitalista, agora em fase de readaptação e recuperação dos seus próprios fracassos. Entre os que defendem a utilização maciça da intervenção de medidas de carácter keynesiano destacam-se os conceituados Krugman e Stiglitz. Na sua senda atropelam-se em pânico, os naufragados mandarins, os seus mandantes da alta finança, os “investidores”. A questão que discutem é se iremos ter uma combinação de neoliberalismo com um tempero de keynesianismo (os mais à direita) ou de keynesianismo com concessões neoliberais (os menos à direita).

Na nossa opinião, apesar de desgastado como modelo de gestão do capitalismo, o neoliberalismo irá manter-se vivo, uma vez que é o único modelo que, hoje, permite a rápida acumulação capitalista. Pretendemos sublinhar, de modo bem claro, que a maciça intervenção dos Estados nacionais ou plurinacionais constitui apenas e tão somente um reforço da capacidade operacional do neoliberalismo e jamais um retorno a qualquer modelo do tipo social-democrata. Embora isso esteja nos planos de muitos elementos das esquerdas institucionais sempre em busca de argumentos para se arrumarem no doce recato dos partidos ditos socialistas, há muito convertidos em liberais.

É, evidentemente, menos difícil haver consenso entre anticapitalistas e keynesianos quanto à análise da crise actual do que, naturalmente quanto às receitas a aplicar. Os primeiros, entre os quais nos encontramos, defendem a destruição do capitalismo, sabendo de antemão que essa destruição exige sacrifícios, acerbos conflitos e, nesse contexto, muitas vidas humanas sendo, porém, uma destruição criativa. Já os segundos, procuram medidas para um capitalismo menos desumano, com mais preocupações sociais, num modelo entre a social-democracia e um assistencialismo que nada mudam e que perpetuarão o sacrifício de milhões de pessoas através do desemprego, da guerra, da fome, da doença, dos desastres ambientais, etc.

Há, naturalmente, quem já procedeu à sua reciclagem para posturas menos associadas ao descalabro actual e, os próximos tempos serão férteis nessas mudanças oportunistas e despudoradas de casaca. Vamos assistindo, mais lentamente, à reconversão do jurássico pensamento de muitos académicos, mormente da área da economia. Os mesmos empresários que despedem e promovem leis laborais adoptam um vocabulário mais “social” e clamam, emocionados, por apoios públicos ao pagamento de salários. Nas colunas dos jornais os notáveis dizem que desde sempre apontaram para os perigos do neoliberalismo, mesmo lambuzando a gamela do poder, como sempre. E, finalmente, mandarins como o pantomineiro Sócrates passam a afirmar as virtudes do papel do Estado, depois de passarem todo o seu tempo a privatizar, desregulamentar, favorecer o sistema financeiro e a elogiar o lucro fácil e fraudulento; a multidão, por seu turno, continua a ser ensinada a aceitar a virtuosa via do sacrifício, pois há tempos difíceis no horizonte e a contenção do deficit é um desígnio patriótico.

Sempre que se está em época de mudança eles, como os répteis, mudam de pele. Em 26 de Abril de 1974, foi espantoso como debaixo da cada pedra saltavam firmes defensores da democracia, do socialismo, do comunismo, adoptando as roupagens ideológicas que condenavam dois dias antes. O mais caricato talvez seja o CDS ter chegado a defender uma sociedade sem classes, por ocasião das nacionalizações de 1975!

Uma postura anti-capitalista para encarar a crise actual

Já neste blog afirmámos que a esquerda não detém ainda um corpus teórico capaz de produzir um modelo de análise global da crise capitalista de hoje, e, menos ainda de um leque de soluções globais exequíveis. E, isso, nomeadamente, porque entre as esquerdas e a grande massa da multidão há um fosso quanto à compreensão da realidade e às formas de a modificar.

Esse fosso é alimentado por ilusionistas da redenção no seio da “democracia” representativa das forças do mercado, a partir das virtudes de um aparelho de Estado nas mãos de “gente séria”; quaisquer ungidos na qualidade de redentores da humanidade não são aceitáveis para a multidão, que cada vez mais exige que a gestão social seja feita por gente normal e não por profissionais da política. Mesmo que gente séria e eleita democraticamente, ninguém se pode erigir num lugar acima dos demais, num qualquer aparelho de Estado alicerçado na violência e na autoridade.

A exequibilidade de um conjunto real de soluções da crise capitalista de hoje não passa pela intervenção maciça do Estado, da mobilização das receitas fiscais, ou de acordos políticos entre dirigentes políticos baseados numa legitimidade assente numa representação abusiva, consentida e não conquistada.

Politicamente, as sondagens lisonjeiras para a esquerda tradicional não dão relevo a duas coisas fulcrais. Uma é a grande margem de abstencionistas que retiram legitimidade aos partidos, no seu conjunto e que revelam o desinteresse, a desconfiança e a rejeição pelas suas propostas. Outra, é que o avanço da esquerda institucional é muito mais um custo calculado de Sócrates para proceder às tais “reformas” do que o produto de um enraizamento popular dessa esquerda. A esquerda institucional, privilegiando essa actuação nas instâncias do Estado e dos media corre o risco de ser esvaziada quando a conjuntura melhorar, como sucedeu durante a ascensão de Cavaco como primeiro-ministro e gerar, por conseguinte, um acrescido desânimo na multidão.

Para o evitar há que construir na base social uma cultura de protesto e desobediência, de boicote e perturbação do funcionamento das várias instâncias da máquina de acumulação e de sacrifício da vida de todos, em favor do interesse de uns poucos; e nesse contexto, aproveitar a crise económica, as dificuldades do capitalismo, para consolidar forças, habituar um grande número de pessoas, sobretudo jovens, trabalhadores e desempregados, à contestação, à luta, a uma cultura de exigência e desafio.

Não há soluções reais à margem da multidão, soluções que não sejam emanadas e testadas pela prática social, dos povos em luta por uma sociedade radicalmente diferente. Nenhuma solução pode surgir enquanto não houver uma grande faixa das classes trabalhadoras empenhadas e confiantes nas transformações exigidas; enquanto não surgir uma multiplicidade de forças sociais unidas num protagonismo colectivo e articulado de transformação social. E, em termos mais gerais e a longo prazo, nenhuma solução se pode tornar duradoura se confinada a um pequeno recanto do mundo; o princípio dessa transformação, para se consolidar, precisa de uma massa crítica de território, de população, de recursos capaz de fazer frente a todos os boicotes e atitudes agressivas do capitalismo, mesmo que este se encontre enfraquecido.

Não é grande compensação, no cenário actual, que as instituições capitalistas e os seus mandarins não tenham também verdadeiras alternativas para uma oleada continuidade do roubo organizado, como antes vinha ocorrendo. Na sobranceria neoliberal, atingido o fim da História (?) o Estado pretendia-se mínimo e, nesse contexto, o mandarinato pretendia-se constituído, basicamente, por instrumentos acéfalos, verdadeiras pegas, em ambas as acepções da palavra. E agora, vêm-se patetas sorridentes e impotentes, centuriões sem visão, à procura de soluções; Sarkozys, Merkels, Berlusconis burlões, o poliglota Barroso… e irá sentir-se, em breve, entre eles, a ausência da erudição do Bush!

Na ausência do tal corpus teórico à esquerda, é preciso combater os espíritos simples ou messiânicos que vierem anunciar a morte breve do capitalismo, que soube sobreviver à crise de 1929/33 com o New Deal, que soube construir o capitalismo de Estado, abafando as brasas da revolução de Outubro, que aproveitou a reconstrução do segundo pós-guerra para construir um temporário “modelo social europeu”, que contornou as ânsias libertadoras dos povos colonizados para gerar o neocolonialismo, etc. Cautelarmente diremos como Brecht, “devemos tomar o inimigo pelo seu lado mais forte”, para evitar sermos “comidos pelos percevejos”, também segundo Brecht.

www.esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt

DOS GRANDES HOMENS


Proudhon acredita no federalismo, na união dos proletários conscientes contra os burgueses. Eu não sei se acredito. Eu continuo a achar que a classe proletária, na sua maioria, é ignorante e nem sequer pensa na revolução. INclusivamente se incluirmos nela os precários, os empregados do comércio, uma parte da velha classe média. Os homens ignorantes, quando muito, podem preparar o advento do homem superior. Mas para isso têm de se cultivar. O homem superior, o homem nobre, é aquele que age sem constrangimentos, que é forte, que é livre. É aquele que é espontâneo como o menino, criador como o artista. Os grandes homens tem de afastar-se da populaça para conseguirem criar. Os grandes homens não têm necessidade de Deus. Amam as mulheres apetecíveis. Não perdem tempo com a mesquinhez das conversas quotidianas do rebanho. Os grandes homens aparecem nos grandes momentos. Amam as alturas e o abismo. Os grandes homens têm asas. Querem a revolução dionisíaca. Querem que os outros os acompanhem sem serem seus servos. OS grandes homens são divinos. Amam Nietzsche, Morrison e Dionisos mas respeitam Marx, Proudhon e Bakunine. Os grandes homens trazem a sabedoria e a liberdade ao mundo. Por isso é que os poderosos e os mmoralistas os temem.

Tuesday, January 13, 2009

MANIFESTO ELEITORAL E ANTI-SÓCRATES


Sócrates é um castrador
Sócrates vem dar-te palmadas se não te portares bem
Sócrates quer a maioria para governar sem oposição
Sócrates não pode com a oposição
Sócrates, se pudesse, acabava com a oposição
Sócrates é um ditador
Sócrates é um inimigo da vida
Sócrates detesta as pulsões vitais
Sócrates não tem coração
Sócrates é um robot
Sócrates calca os adversários
Sócrates rouba-nos o salário
Sócrates deixa na merda o desempregado
Sócrates é um vendilhão
Sócrates é um cabrão
Sócrates fala como um computador
Sócrates não conhece o amor.

O Partido Surrealista Situacionista Libertário (PSSL) vai legalizar-se e apresenta-se a eleições porque já não suporta mais SócratES. O PSSL entende que a recessão não se combate com receitas sociais-democratas. O PSSL aposta na criação, no amor, na liberdade, na revolução. EStamos fartos de morte e de tédio! EStamos fartos de rebanhos que dizem avé-maria a tudo. Estamos fartos da sociedade do rebanho como Nietzsche. Queremos uma sociedade sem intriga, sem usura, sem competição, sem trabalho, sem dinheiro. Queremos o mundo e exigimo-lo agora!, como gritou Jim Morrison. Queremos acabar com a bolsa, com o discurso das décimas, dos défices, das percentagens assexuadas. O nosso teatro "é o teatro da revolta humana que não aceita a lei do destino, é um teatro cheio de gritos, não de medo ma de raiva e mais do que de raiva do sentimento do valor da vida. É um teatro que sabe chorar, que tem todavia enorme consiência do riso, e que sabe existir no riso de uma ideia pura, uma benéfica e pura ideia das forças eternas da vida", como escreveu Antonin Artaud em "Mensagens Revolucionárias".

Pelo Partido Surrealista Situacionista LIbertário,
António Pedro Ribeiro
tel. 229270069
César Taíbo.

Monday, January 12, 2009

TESE


A VIDA INTERIOR



António Pedro Ribeiro



Há, de facto, uma vida interior onde coexistem céus e infernos, deuses e demónios, montanhas e abismos. No interior dessa vida trava-se um combate mortal entre o bem e o mal mas, por vezes, ficamos além do bem e do mal. A racionalização não é capaz de apreender esse mundo mágico onde é possível o homem ser homem e atingir o paraíso. Como diz Artaud, a revolução comunista ignora o mundo interior do pensamento. O pensamento está para lá da experiência. A vida interior, o pensamento é que nos permite criar, é que nos permite aproximarmo-nos dos deuses mas também dos demónios. O céu na Terra de Henry Miller está dentro das nossas cabeças. O conbhecimento poético é interno e mágico, como diz Artaud. Os poetas são mágicos, criam mundos. O materialismo capitalista persegue o pensamento poético e inveja-o.

O mundo interior, esse mundo que inventa mundos, personagens desde a infância. É lá que está o ouro. É agora que posso escrever a obra. Vou enviar estes textos a um editor. Estes textos têm de ser publicados. Não falam de gajas nem de mamas. Mas são importantes. Vêm da alma. Vêm da vida. Abominam a morTE. Vêm de Nietzsche, do homem nobre. O homem nobr não tem de se preocupar com a populaça. O homem nobre não tem de ser socialista. TEm de fecundar a mulher que o enfeitiça. TEm de ser mágico, "supõe a presença do fogo em todas as manifestações do ensamento humano", afirma Artaud. "A música é a tua única amiga/dança em cima do fogo se ela te convidar" (Jim Morrison). Dionisos copula com as bacantes em fúria. Dança em redor da fogueira. Incendeia lojas, bancos, automóveis. Cospe na polícia e no exército.Cospe no senso comum e na normalidade. Canta a canção do "Fim": " É o fim, amigo querido/ é o fim, amigo único/ custa-me deixar-te mas tu nunca me seguirias/ o fim das risadas e das doces mentiras/ o fim das noites em que fizemos por morrer, é o fim". O fim que é o princípio, o fim que é o princípio do fim do capitalismo. E chego so fim vidrado por Zaratustra, apaixonado pelas alturas e pela grandeza.

Sunday, January 11, 2009

MANIFESTO DO PSSL


Caa vez duvido mais que as massas sejam capazes ou mesmo estejam interessadas na revolução. As massas vivem em crise, em recessão mas só falam da família, das baixas nos hospitais, das doenças. Temos de ser nós revolucionários, poetas, criadores, a provocar a explosão. QUeimemos o dinheiro, queimemos os nossos próprios poemas ou obras na praça pública. Pode ser que assim consigamos captar a atenção.
Não acredito em transição pacífica para o socialismo. A defesa e o uso do parlamentarismo significam a perpetuação do parlamentarismo. Podemos eventualmente concorrer a umas eleições mas como forma de propaganda, como defende Rosa Luxemburgo. Nesta época de crise dos bancos partamos os bancos, dinamitemos a bolsa, tomemos a rua. Como diz Raoul Vaneigen o dinheiro é o deus dos nossos dias. Combatamos o dinheiro. Esse deus é, nas palavras de Nietzsche, inimigo da vida, das pulsões vitais, e amigo das sociedades do rebanho, da doença, do servilismo, da morte. Morte aos economistas! Aos profetas dos números, das percentagens, das contas, dos orçamentos. O melhor governo é não haver governo nenhum. Não queremos governar nem ser governados. Somos homens livres, nobres, senhores sem escravos, supeiores, na acepção nietzscheana. Somos Poetas, Artistas. Nós somos os meninos e os bailarinos. Não temos culpa se muitos permanecem na ignorância como camelos.

PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO

Thursday, January 08, 2009

ISRAEL OCUPOU A PALESTINA


Numa luta entre desiguais,
a indiferença é sempre cumplicidade com o mais forte

O genocídio em Gaza, levado a cabo por Israel,
prossegue com a cumplicidade da União Europeia,
dos EUA e também do Governo português.
Apela-se à participação de todos
na manifestação de protesto
HOJE, quinta-feira, às 18 horas
em frente à embaixada de Israel.
(Rua António Enes, perto do Saldanha e do Instituto Franco-Português)

Repetir, repetir, repetir. É preciso lembrar repetidamente que Israel ocupou a Palestina.

Sunday, January 04, 2009

O GOVERNO DE ISRAEL É NAZI

Mais de 200 feridos
Ofensiva terrestre na Faixa de Gaza já matou 30 palestinianos
04.01.2009 - 14h06 PÚBLICO, Agências
A ofensiva terrestre israelita lançada ontem à noite na Faixa de Gaza já causou a morte a, pelo menos, 30 palestinianos e fez mais de 200 feridos, segundo fontes hospitalares palestinianas. Tanques israelitas e aviões militares continuam a lançar bombas sobre posições suspeitas palestinianas, enquanto o Hamas responde com "rockets" e disparos de morteiro.

Entre os mortos estão 17 civis, incluindo mulheres e crianças, informou Mouawiya Hassanein, chefe dos serviços de urgência palestinianos.

Pelo menos 20 palestinianos foram mortos em Jabalya e Beit Lahiya, uma das zonas por onde entraram ontem à noite as forças terrestres israelitas, dois perto de Khan Younes, três em Raffah, no Sul do território, e cinco na cidade de Gaza. Neste ataque, esta manhã numa zona comercial de Gaza, morreram cinco pessoas e 40 ficaram feridas.

O raide aéreo sobre Khan Younes visou um importante líder do braço militar do Hamas, Jihad Hamdan, que ficou gravemente ferido, segundo a AFP.

Uma médica do Crescente Vermelho dum hospital em Gaza descreveu à Reuters aquilo que considera um pesadelo. "Os civis estão a ser mortos... explosões estão a atingir pessoas (...). Todos estão aterrorizados".

A estação de televisão Al-Jazeera, com uma correspondente no hospital Shifa em Gaza, avança que os médicos tentam fazer o melhor que podem com escassos recursos e perante o aumento do número dos feridos. A jornalista comenta que o cenário é caótico, com os médicos a tratar dos doentes no chão.

Desde o início dos ataques israelitas a 27 de Dezembro já morreram 485 palestinianos.

Segundo o site do “Jerusalem Post”, o Hamas disparou esta tarde vários “rockets” sobre as cidades israelitas de Sderot, Ashkelon e Ashdod. Uma mulher ficou ligeiramente ferida em Sderot. Ao longo de todo o dia de hoje, o Hamas terá disparado sobre Israel 25 "rockets".

Do lado israelita, o Exército refere 32 soldados feridos desde o início da ofensiva terrestre. Quatro israelitas mortos é o balanço desde que começaram os ataques, a 27 de Dezembro.

Território "cortado" ao meio

Desde ontem à noite, os tanques e soldados israelitas cortaram, virtualmente, ao meio Gaza, um território onde vivem 1,5 milhões de pessoas, e hoje posicionaram-se às portas da cidade de Gaza.

A aviação israelita atingiu dezenas de alvos, incluindo túneis de contrabando de armas e depósitos de armas.

Mas o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, disse hoje que as tropas israelitas enfrentam ou a morte ou a captura. "O inimigo sionista deve saber que a sua batalha em Gaza é uma batalha perdida", disse Abu Obeida. "A batalha só agora começou e o inimigo deve sofrer as consequências", disse hoje Obeida à estação de televisão com sede no Qatar, Al-Jazeera.

O Hamas disse hoje ter sequestrado dois soldados israelitas mas o Exército israelita negou a informação.

Na Faixa de Gaza, as populações estão escondidas nas suas casas há dias e as agências humanitárias alertaram que se estão a esgotar os alimentos, a água e os medicamentos.

www.publico.clix.pt