Saturday, February 27, 2010

O PINGUIM DO JOAQUIM


É madrugada uma vez mais. Troveja lá fora. No Pinguim houve palmas e casa cheia. Apareceu lá o Joaquim. Bebeu copos comigo. Falámos da antiga liberdade. Do homem e da mulher livres. Do tempo da Palavra. Dos homens de Palavra.

Agora estou de novo só. Tenho escrito bons textos em casa. Já não sou apenas o poeta de café. Tornei-me mais exigente na escrita. Para sair um bom poema são necessários vários poemas falhados. Tenho fome. Chove intensamente e troveja. Não pára de trovejar. Tenho à minha frente o "Ulisses" de James Joyce e a "Cidade do Sol" de Campanella. Nunca consegui acabar o "Ulisses". Tenho de tentar uma vez mais. E outra, e mais outra, até conseguir. Como tangerinas. O sumo da tangerina derrama-se no papel e cria uma obra de arte. Tenho estado distante da natureza. A natureza ama-me e cuida de mim.

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