Wednesday, February 10, 2010

NÃO HÁ MENINAS


Estou no Piolho. Vim ao Porto. Houve amigos mas não há meninas. Sem meninas a vida é uma merda. Por outro lado, não há cerveja. Na televisão joga o Braga. Com o Belenenses. Vim ao Porto para combater o tédio. Mas o tédio persiste. Domina a minha vida. Escrevo mas não há grande vontade. Nem meninas. Vêm meninas mas não para mim. Já fui rei neste café mas hoje não sou. Qualquer coisa que me empurre, que me eleve e me tire deste marasmo. Ainda não é o marasmo total mas para lá caminha. Quero uma menina que me alegre! Estou a ficar sem palavras, deprimido. Hoje não vou ao Pinguim. Se tivesse dinheiro nos bolsos ia. Não tenho dinheiro nem para um fino. Estou no Piolho. Nada se passa. Vou escrevendo. Preencho as horas. Pouco mais há a dizer. Não há meninas. A vida não presta. Há uma semana era outro. Há uma semana era a alegria. Não sei explicar.
Mesmo no Piolho há empregados que mudam. Mais uns escritos que não ficam para a posteridade. Escrevo porque tenho necessidade. As coisas correm mal para o Braga. Tantos dias na aldeia fazem-me mesmo mal. Penalty. Defende o Eduardo. Não há meninas. Está tudo fodido. Tens razão, ó Amaral. Uso palavras a mais. Escrevo no meio do tédio. Afinal, mesmo no Piolho há tédio. Olho para a TV. O Braga não marca. O Adriano discute com o patrão ao balcão. Não há meninas para mim. Nem àlcool. Já não há candidato nem poeta maldito com foto no jornal. Um fino e tudo mudaria. Neste café onde já alcancei a glória. Entra gente mas não para mim. ALgo que me desperte. Eu não estava assim. O Belenenses ataca. O Braga não marca. Estou no Piolho. Não há menina. Não vem o Fred nem o chato do costume. O chato do costume teve sorte, não apareceu no livro. Vá lá que os amigos falam. Eu fico calado. À espera da musa. Não vou ao Pinguim. Que vai ser de mim? Talvez a escrita me faça sentir melhor. Vim ao porto para me sentir melhor. Talvez esteja um pouco melhor. Escrita enrolada não conduz a nada. Apetecia-me um fino. Um, dois, três. Estou no Piolho. Não há aqui glória. A glória já está em mim, diz a Filipa. Poeta, mago, profeta. Ela diz que o sou. Há uns tempos que não estava assim. E a Gotucha não vem. Rola a bola. Falta aqui o Reinaldo "Avô Cantigas" para animar a malta. Golo do Braga!

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