Friday, January 28, 2011

AI, SÓCRATES


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Face Oculta: há mais duas cópias das escutas a Sócrates
28.01.2011 - 08:59 Por PÚBLICO

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« anteriorseguinte »Há mais duas cópias das escutas feitas no âmbito do processo Face Oculta que envolvem o primeiro-ministro, José Sócrates, e que escaparam à ordem de destruição do presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Sócrates falava com Armando Vara nas conversas interceptadas (Foto: Miguel Madeira/arquivo)

As cópias integrais continuam nos processos da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e Taguspark, noticia o semanário Sol na sua edição de hoje. Isto apesar de, a 16 de Abril de 2010, o juiz-presidente da Comarca do Baixo Vouga, Paulo Brandão, ter anunciado que todas as escutas do caso Face Oculta que envolviam José Sócrates tinham sido destruídas, no seguimento da ordem de Noronha Nascimento.

Mas na verdade restam algumas cópias, como reconheceu Paulo Brandão, e que acompanham as certidões extraídas para instaurar outros inquéritos. As escutas registaram conversas entre Sócrates e o ex-presidente do BCP, Armando Vara, que tinham sido remetidas no Verão de 2009 ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP).

O processo do Taguspark está neste momento na fase de instrução, depois de o DIAP ter acusado três ex-administradores de corrupção passiva para acto ilícito: Rui Pedro Soares, João Carlos Silva e Américo Thomati. Em causa está um contrato de 750 mil euros celebrado com Luís Figo para que participasse na campanha eleitoral do PS.

Cópia descoberta em Dezembro guardada em cofre
Já o inquérito da ANF, relacionado com tráfico de influências para aprovação de um decreto-lei sobre margens de lucro na venda de medicamentos, foi arquivado pelo DIAP em Setembro por falta de provas. De acordo com o mesmo jornal, o juiz responsável pelo caso Face Oculta, Carlos Alexandre, já pediu a devolução do CD com as escutas que acompanhava este último caso para cumprir a ordem do Supremo Tribunal de Justiça. Quando a cópia for devolvida, adianta o Sol, será guardada num cofre, juntamente com uma cópia descoberta em Dezembro, até que haja uma decisão final sobre o destino das mesmas, visto que há acções interpostas no sentido de impedir a sua destruição.

Em Dezembro, a Comarca do Baixo Vouga descobriu que ainda havia uma cópia das escutas telefónicas do processo Face Oculta com conversas entre o primeiro-ministro e o então presidente do BCP, que sobreviveram graças a reproduções feitas pelos serviços informáticos. A existência das cópias deve-se aos próprios procedimentos técnicos que estão na base das escutas telefónicas e que levam a que as conversas gravadas tenham sempre ligação a um determinado aparelho telefónico e a todos os cartões nele utilizados. Assim, mesmo quando um cartão é utilizado num novo aparelho as conversas reproduzem-se e são guardadas no sistema de intercepções da Polícia Judiciária.

O processo Face Oculta está relacionado com alegados casos de corrupção e outros crimes económicos, envolvendo um grupo empresarial de Ovar, a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho, o principal arguido do processo e o único que se encontra em prisão preventiva. Entre os vários arguidos estão o então presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, José Penedos, que foi suspenso de funções, e Armando Vara, ex-ministro socialista, que entretanto se demitiu do Millenium/BCP, onde desempenhou funções de administrador.

Thursday, January 27, 2011

REVOLTA NO EGIPTO


Confrontos em Suez e Ismailia
Autoridades acusam 40 manifestantes de tentativa de derrube do regime
27.01.2011 - 11:36 Por PÚBLICO

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« anteriorseguinte »A procuradoria-geral egípcia acusou formalmente 40 pessoas que participaram nos protestos dos últimos dias no país de actividades para “derrubar o regime” do Presidente, Hosni Mubarak, é revelado pela televisão al-Arabiya.
Com um ambiente de tensão em crescendo, e sendo esperadas novas manifestações na capital hoje, pelo terceiro dia consecutivo, os primeiros sinais de violência chegaram esta manhã de Suez onde, entre segunda e terça-feira, morreram três manifestantes nos confrontos com a polícia, e de Ismailia.

Nesta última cidade, no leste do Egipto, cerca de 600 manifestantes entraram em escaramuças com a polícia, que dispersou o protesto usando gás lacrimogéneo.

E em Suez, dezenas de pessoas lançaram fogo a uma esquadra de polícia da cidade, em protesto pelas mortes, depois de já na véspera terem feito o mesmo a um edifício do Governo e uma outra esquadra de polícia.

Poucas horas mais tarde, ainda esta manhã, centenas de manifestantes foram dispersos em Suez pela polícia, com recurso a gás lacrimogéneo, balas de borracha e canhões de água.

Porta-voz do Governo egípcio frisou hoje que a polícia está a agir com "o máximo de contenção" face aos protestos, mas a intervir "fortemente" em Suez, "em resposta a actos de vanadalismo". "Quando há formas ilegítimas de expressão [a polícia] tem que intervir", explicou Magdy Rady após serem conhecidos os relatos dos confrontos esta manhã em Suez.

As autoridades lançaram, de resto, um apelo aos jovens que protestam nas ruas no sentido de que estejam alerta para a Irmandade Muçulmana e outros terem "objectivos escondidos" nestas manifestações.

Notícia actualizada às 13h35

PROTESTOS EM TODO O MUNDO E ATRAVÉS DO FACEBOOK

Milhares de pessoas protestam em Budapeste contra polémica lei de imprensa
Budapeste, 27 jan (Lusa) - Milhares de pessoas concentraram-se hoje em frente ao parlamento da Hungria, em Budapeste, num protesto contra a polémica l...



Milhares de pessoas protestam em Budapeste contra polémica lei de imprensa
Budapeste, 27 jan (Lusa) - Milhares de pessoas concentraram-se hoje em frente ao parlamento da Hungria, em Budapeste, num protesto contra a polémica lei de imprensa aprovada pelo governo e que mereceu críticas da União Europeia.

"Sem imprensa livre não há liberdade" e "Queremos liberdade de imprensa" foram algumas das frases que os manifestantes inscreveram em cartazes, num protesto realizado hoje à tarde, na Praça Kossuth, contra a norma aprovada pelo governo conservador do primeiro-ministro, Viktor Orban.

Muitos participantes apresentaram-se de fita adesiva na boca, considerando assim a nova lei um ataque à liberdade de imprensa.

O protesto foi organizado através da rede social Facebook, e, tal como aconteceu numa iniciativa semelhante a 14 de janeiro, foi solicitado aos políticos para que não participassem, para garantir que seria um ato da sociedade civil.

O chefe da Amnistia Internacional na Hungria, Orsolya Jeney, pediu aos manifestantes para enviarem cartas de protesto para o governo magiar.

Já o diretor da Associação para os Direitos Fundamentais, Balazs Denef, denunciou que a televisão pública está sob controlo governamental.

O ministro das Relações Exteriores, Janos Martonyi, disse na quarta-feira, em Bruxelas, que "a Hungria vai rever a lei de imprensa".

Em vigor desde 01 de janeiro, a nova lei prevê multas que podem ir até aos 730 mil euros para rádios e televisões em caso de "atentado ao interesse público, à ordem pública e à moral" ou de difusão de "informações parciais", sem contudo definir claramente estes conceitos.

A lei permite também à nova autoridade da comunicação social obrigar os jornalistas a revelarem as fontes em matérias relacionadas com a segurança nacional.

DA CARLINHA


da lua
.por Carla Vera Bento a Quarta-feira, 26 de Janeiro de 2011 às 14:47.quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009



António Pedro Ribeiro é uma longa história de actos revolucionários. Poeta e fundador do Partido Surrealista Situacionista Libertário, no Porto, acredita numa nova “ ordem “ mundial, no homem que explora as suas capacidades máximas, o homem deus. Assume se como anti capitalista e tem sempre uma palavra anti a dizer quanto a uma sociedade moralista e moralizador. Imaginação ao poder!! Já !

1. Quais as linhas gerais do Partido Surrealista Situacionista Libertário? O Partido Surrealista Situacionista Libertário (PSSL) opõe-se à vidinha do rebanho, previsível, rotineira, sem interesse de todos os dias. O PSSL opõe-se à não-vida do mercado, da economia, do dinheiro, do lucro, do governo, do défice, das décimas, das percentagens. O PSSL recusa que o homem se reduza à condção de número, de mercadoria, de objecto de compra e venda, o PSSL abomina a troca mercantil "que emporcalha as relações humanas". O PSSL quer silenciar o discurso assexuado dos economistas. O PSSL acredita no amor, na liberdade e na poesia como forças inaugurais de um mundo onde o homem seja criador, deus, poeta. O PSSL acredita na vida autêntica, plena, divina tornada banquete permanente, onde sejamos profetas e afirmadores da vida. O PSSL quer acrescentar caos ao caos actual de forma a atingir a revolução. O PSSL entende que a culpa da crise do capitalismo é do próprio capitalismo e que, portanto, é preciso derrubá-lo mas sem as tácticas eleitoralistas dos partidos e organizações tradicionais que apenas contribuem para o reformar. O PSSL não acredita em transições pacíficas para o socialismo nem para o anarquismo por isso defende a revolta permanente.



2. O apedro é exemplo desse inconformismo... tem uma longa história de actos revolucionários . Como foi quando foi a ocupação do Feira Nova de Braga? A história da ocupação do Feira Nova de Braga aconteceu em Setembro de 1990. Eu, na altura, colaborava com um jornal chamado "Minho" que teve uns problemas com o hipermercado Feira Nova e então o director pediu-me para escrever qualquer coisa contra o hipermercado. Em vez disso saí de casa com uma faca de plástico no bolso e, através do jornal, comecei a distribuir panletos anti-consumistas à porta do hipermercado. Entretanto, as rádios ou os jornais locais anunciaram que o Che Guevara tinha mandado fechar o Feira Nova. Havia pessoas a fugir de mim na rua e os velhotes faziam-me continência. Na altura, eu era contra o consumismo e contra o monopólio dos hipermercados. Outra história interessante aconteceu em 2003 quando fui acusado de deitar abaixo a estátua do major Mota na Póvoa de Varzim. O major Mota tinha sido presidente da Cãmara no tempo da ditadura e eu comecei a distribuir panfletos a dizer que a estátua era um insulto ao 25 de Abril. Meses depois a estátua foi derrubada e eu e a Frente Guevarista Libertária fomos acusados de a deitar abaixo. Eu tinha escrito um mail a dizer que a estátua ia cair e dois dias depois caiu mesmo. Nunca se soube quem foi mas eu fui interrogado pela Judiciária.3. Dás a entender que não vivemos numa democracia efectiva... a "máquina-sistema" não te parece ser muito pesada ?



Pela tua lógica, o derrube das réstias do fascismo, os países bascos já seriam independendes à muito tempo ... foram invadidos no tempo de franco... O padre Mário de Oliveira disse me uma vez que a revolução de abril nao tinha chegado ao seio da igreja católica onde predominavam réstias de fascismo ... "um homem máquina acorrentado?"

Vivemos na democracia da vidinha. Na democracia da compra e venda. O deus-dinheiro substituiu o Deus de Nietzsche. É um deus que afasta a vida, que converte tudo em mercadoria. É um deus que tem os seus prfetas que pregam estatísticas, percentagens, défices, orçamentos. Tudo isso é morte, é vidinha, não é a verdadeira vida. O fascismo está em todo o lado, não é só no País Basco (aí talvez seja mais evidente). Como dizia Nietzsche, tem de nascer um novo homem, sem preconceitos, livre, capaz de substituir o sub-homem da sub-vida, da vidinha. Há que derrotar todos os servilismos, todo o espírito do rebanho. Para isso é necessária uma revolução global, espiritual, não apenas política ou económica.



4. Imagina, os Estados Unidos sao o primeiro país a declarar se defensores dos direitos do homem e ainda perseguem comunistas. Onde está a liberdade de expressão? O Estado serve para alimentar os tais "carneiros" ... achas possível uma anarquia num futuro brilhante para a humanidade? Os Estados Unidos não são exemplos para ninguém. Nem acredito que Obama melhore as coisas por aí além. Quem manda nos Estados Unidos são os grandes grupos económicos que só estão interessados em lucros astronómicos, os generais e a indústria de guerra. São interesses que nada têm a ver com direitos humanos.Eu tenho que acreditar no anarquismo. Se ele é possível em pequena escala também poderá ser possível ao nível da humanidade. é precisa a tal revolução dionisíaca, é preciso acreditar no amor, na liberdade, na revolução e também no caos. Isto não é acreditar no amor de forma ingénua como as religiões ou os "hippies". É dar caos ao caos. Ir para a rua partir os bancos e a bolsa que nos oprimem, partir coisas como há pouco tempo se fez na Grécia. A revolta é necessária para chegar onde queremos.



5. Defendes uma nova ordem ... revolucionária. não achas que vivemos em pseudo democracias? Nao achas que se deturpou Abril de 74?

Não sei se é uma ordem. Acho que não gosto muito da palavra. Acredito na revolução mas não tenho de apresentar sistemas alternativos. Vivemos em democracias de rebanho. O 25 de Abril ficou por se completar. Houve aquela esperança em 1974/75 mas depois veio a normalização.



Já alguma vez te candidataste à liderança de uma instituição?

Já me candidatei à presidência da Junta de Vila do Conde e à Junta da Póvoa de Varzim pelo Bloco de Esquerda, onde fiquei a três votos de ser eleito mas, se calhar, ainda bem que não fui. Já fui candidato a deputado pelo PSR por Braga e várias vezes candidato à presidência da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras do Porto, sempre em listas minoritárias. Ganha-se uma certa notoriedade, podem-se discutir umas ideias mas os partidos controlam muito, especialmente o Bloco de Esquerda. No PSR era mais livre e espontâneo.



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DEMITA-SE O MINISTRO E O GOVERNO


Director da Administração Eleitoral propôs aviso aos eleitores mas processo ficou a meio
27.01.2011 - 08:47 Por Maria Lopes, com Maria José Oliveira e Vera Ramalhete

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« anteriorseguinte »O aviso interno foi feito com bastante antecedência, em Agosto: a Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI) deveria enviar aos detentores do cartão de cidadão um aviso com o novo número de eleitor e a freguesia onde deveriam votar nas presidenciais de domingo. Mas tal não foi feito e as eleições ficaram marcadas por casos de eleitores que não puderam votar. Ontem soube-se que o director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, e o director da Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, apresentaram pedidos de demissão.
Muitas votantes não conseguiram exercer o seu direito de voto por não saberem o número de eleitor e a mesa de voto (Joana Bourgard)

A decisão sobre os pedidos só será tomada depois de o Ministério da Administração Interna receber as conclusões de um inquérito que está a decorrer para apurar o que falhou no domingo, respondeu ao PÚBLICO o gabinete de Rui Pereira.

Seguindo o exemplo do que a DGAI e a Secretaria de Estado da Modernização Administrativa fizeram em 2009, que enviaram avisos individuais aos novos portadores do cartão, Jorge Miguéis propôs no Verão ao director-geral da Administração Interna que se voltasse a fazer o mesmo. Paulo Machado encaminhou a proposta para a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo, que a despachou favoravelmente, como contou anteontem no Parlamento. Mas nada mais se terá feito. O inquérito pedido pelo MAI à Universidade do Minho irá esclarecer onde o processo parou e quem é o responsável.

"As eleições correram mal, sou o director, devo assumir a minha parte de responsabilidade por exercer um cargo de confiança política - ainda que a minha missão seja na verdade mais técnica", confirmou ontem ao PÚBLICO Jorge Miguéis.

Miguéis escreveu a carta de demissão às 23h30 de domingo e entregou-a no dia seguinte - não foi em consonância com o director-geral, garante: "Foi mera coincidência". Miguéis está na organização das eleições desde 1975. É a primeira vez que um acto eleitoral motiva demissões desta natureza.

No domingo milhares de eleitores tiveram dificuldades para votar por não saberem o número de eleitor e a mesa de voto. Já não é necessário apresentar cartão de eleitor no acto, apenas indicar o número - que em muitos casos é novo devido à actualização automática decorrente da emissão do cartão de cidadão (são já 4,4 milhões). Os serviços da DGAI que davam essas informações (portal do eleitor na Internet, o sms 3838 e as cinco linhas telefónicas) não suportaram o fluxo de pedidos. Formaram-se filas nas juntas de freguesia com centenas de pessoas a tentarem obter os dados. A DGAI recebe automaticamente os dados do cartão de cidadão e apenas sabe a freguesia a que pertence um eleitor - a assembleia de voto é designada pelos municípios e autarquias, descreve Miguéis. A Presidência do Conselho de Ministros continua a recusar qualquer responsabilidade do cartão de cidadão na matéria. A manutenção do sistema eleitoral da DGAI está a cargo da Critical Software, empresa à qual já foi pedido um relatório sobre os problemas informáticos e a monitorização que fez. O sistema nunca colapsou, mas devido aos picos de acesso - às 13h20 de domingo, depois de as TV terem noticiado que se podia aceder ao número de eleitor através de SMS, houve 22 mil pedidos num só minuto - a resposta tornou-se sucessivamente mais demorada. Apesar dos pedidos de demissão, CDS, PCP e BE insistem em ter explicações políticas sobre os problemas ocorridos nas eleições, e PSD e PS não querem comentar. "É essencial saber o que o Governo fez perante o pedido do reforço de verbas para garantir o funcionamento do sistema e também o que fez relativamente às operadoras de telemóveis", afirma Pedro Mota Soares, líder da bancada do CDS. Por considerar que falharam "os decisores políticos", pede o afastamento do ministro.

"O que aconteceu resulta de uma opção política e legislativa, pela forma ligeira e irresponsável como foi lançado o cartão de cidadão", diz o deputado comunista António Filipe. Já o BE vai aguardar pelas "explicações" de Rui Pereira no Parlamento, no fim do inquérito. Catarina Martins considera "naturais" os pedidos de demissão, "depois da trapalhada que aconteceu no dia 23".


www.publico.clix.pt

Wednesday, January 26, 2011

APOCALIPSE NOW


APOCALIPSE NOW

Bem-vindos ao caos!
O vosso mundinho
Do trabalhinho e do dinheirinho
Está a acabar
O país arde
Os políticos barafustam
Perdem o voto
Chafurdam na lama

Bem-vindos ao caos!
O novo mundo está aqui
Um mundo de descobertas
E imaginação
O mundo do êxtase
E da Criação
O regresso ao Paraíso

Bem-vindos ao caos!
Nunca mais sereis os mesmos
Podeis agarrar-vos às igrejas
Às velhas tradições
Nada disso vos salva
O novo mundo está a nascer

O clã dispersa-se
Os velhos valores afundam-se
Tereis de vos reunir de novo
À volta da fogueira
Nunca deixastes de ser macacos
Mesmo com Sócrates,
Platão e Nietzsche
Enlouquecei
Embriagai-vos
Pintai as caras
Dançai
Celebrai o novo mundo

As lojas serão pilhadas
Os bancos incendiados
A bolsa e os mercados
Vão rebentar

Este é o novo mundo
Bem-vindos ao caos!
Adeus, sossego
Adeus, vida do tédio
Adeus, castração
Os vossos líderes
Serão empalados
No altar da Justiça

Bem-vindos ao caos!
Não mais exploradores
Não mais mercadores
Não mais governos
Dançai
Libertai-vos dos preconceitos
O novo mundo começa hoje
Sede loucos
Sede ébrios
Cantai
Perdei as inibições
Libertai a libido
Amai-vos
Deixai de ser macacos
Deixai de trepar
Uns para cima dos outros
Vede como tremem
Os cronistas da corte
Vede como salivam
De medo
Fazei a festa permanente
Ininterrupta
Dançai
Com Dionisos
Cantai
Celebrai o novo mundo.

Tuesday, January 25, 2011

POETA-MAGO


Poeta-mago
sou da Criação
amo a mulher que está
no mundo
que mexe nos trocos
e na mercadoria

Escrevo
e penso que estou
a mudar o mundo
a própria mulher
amo-a
venho da infância
tenho em mim
Jesus e Zaratustra

Vou beber cervejas ao inferno
mas quero de volta o paraíso

És minha,
mulher que dás o pão e a vida
que te fechas no negócio
mas que ainda queres o príncipe

príncipe já não sou
as barbas cescem
a barriga incha
sou antes aquele
que vem da criação
e da vida

séculos atrás de séculos
á tua procura
a travar batalhas
na demanda do Graal
do reino perdido
nada te posso dar
a não ser o paraíso.

A. Pedro Ribeiro, "Motina", 20.1.2011

CAPITALISTAS FILHOS DA PUTA


A Prisa, dona do diário espanhol El País e das rádios Cadena Ser, e dona também em Portugal da TVI e da Media Capital Rádios, anunciou hoje, em comunicado que vai despedir 2500 trabalhadores devido a uma reestruturação em curso na empresa.
O aperto de mão de 2005 entre o administrador da Prisa Juan Luís Cebrian e Pais do Amaral pode voltar a repetir-se

(DR)

Segundo o comunicado do grupo, publicado na página de Internet, os despedimentos constituem 18 por cento do total global de postos de trabalho do grupo e o plano já foi apresentado aos sindicatos e representantes dos trabalhadores a fim de estabelecer acordos de rescisão.

Serão despedidos dois mil trabalhadores em Espanha e mais 500 nos media do grupo na América e em Portugal, onde a Prisa está representada na TVI e nas seis estações da Media Capital Rádios. Esta reestruturação será levada a cabo até ao primeiro trimestre de 2012.

“O processo enquadra-.se nas mudanças que se sentem no sector dos media a nível mundial e que tornam necessária a transformação da Prisa numa nova empresa, não só centrada na produção e distribuição de conteúdos em língua espanhola e portuguesa mas também na procura de outros grupos de interesse e nas novas tecnologias”, diz a empresa no mesmo comunicado.

O plano foi aprovado na sexta-feira pela comissão executiva da empresa.

Este anúncio de reestruturação surge numa altura em que a entrada do fundo norte-americano Liberty Acquisition Holdings na Prisa, aprovada em Novembro pasado, estará prestes a ser ultimada. Este fundo de investimento é liderado pelo milionário Nicolas Berggruen – que lançou a Media Capital com Miguel Pais do Amaral.

Este negócio vai valer à Prisa 650 milhões de euros e o grupo espanhol manterá 30 por cento do capital enquanto que a Liberty assegurará o controlo financeiro da empresa com cerca de 65 por cento do capital.

Monday, January 24, 2011

A REVOLUÇÃO PROSSEGUE


Centenas desafiam recolher obrigatório na Tunísia pela 2.ª noite consecutiva
Tunis, 24 jan (Lusa) - Centenas de manifestantes estão a desafiar o recolher obrigatório na capital da Tunísia, pelo segundo dia consecutivo, exigindo...



Centenas desafiam recolher obrigatório na Tunísia pela 2.ª noite consecutiva
Tunis, 24 jan (Lusa) - Centenas de manifestantes estão a desafiar o recolher obrigatório na capital da Tunísia, pelo segundo dia consecutivo, exigindo a demissão dos ministros ligados ao ex-presidente Ben Ali, concentrando-se em frente à sede do governo.

Segundo reporta a agência AFP, desobediência ao recolher obrigatório ocorre apesar dos apelos feitos pelo chefe do Estado-Maior do Exército, o general Rachid Ammar, que pediu aos manifestantes que abandonem o local, assegurando que o Exército garantirá "a revolução de jasmim" no respeito pela Constituição.

"As vossas exigências são legítimas, mas gostaria que esta praça se esvaziasse, para que o governo trabalhe, este governo ou um outro", afirmou o general Amar, através de um megafone, evitando demonstrar um apoio demasiado explícito ao atual governo de transição.

Às 20:00 locais (19:00 de Lisboa), hora de entrada em vigor do recolher obrigatório, que dura até às 05:00, existiam ainda centenas de manifestantes na esplanada de Kasbah, perante as instalações do primeiro-ministro, onde se preparam para passar a noite, como na véspera, apesar do frio glacial.

Estes manifestantes, muitos deles jovens provenientes da região rural e pobre do Centro-Oeste do país, bastião da "revolução de jasmim" já tinham passado a noite de sábado para domingo nesta esplanada, sem que o exército tenha agido para os desalojar.

RN.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

PCTP/MRPP

Nota à imprensa
1. Apesar de ter ganho as eleições à primeira volta, importa salientar que Cavaco Silva perdeu cerca de meio milhão de votos, em relação à sua votação nas últimas eleições.

2. Não fora, desde logo, o nível de abstenção – que registou uma subida acentuada – e a candidatura de Cavaco Silva seria obrigada a ir a uma segunda volta.

3. Quanto à candidatura de Manuel Alegre, o facto de não ter alcançado o seu objectivo, terá de atribuir-se principalmente aos maus apoios que teve da parte do partido Socialista e do Bloco de Esquerda.

4. Com efeito, o PS surgiu nestas eleições claramente dividido e manifestou uma fraquíssima e mesmo alheada participação no apoio a Manuel Alegre.

5. Por outro lado a candidatura de Manuel Alegre foi também prejudicada por tido sido lançada e abraçada cedo demais pelo BE.

6. Não havendo dúvidas de que os aspectos negativos da campanha de Manuel Alegre, não podem ser assacados ao candidato, é lamentável que os partidos que erradamente assumiram um protagonismo excessivo e oportunista nesta candidatura, não tenham assumido as suas responsabilidades na derrota.

7. O PCTP/MRPP reafirma que o candidato Manuel Alegre era aquele cuja vitória poderia assegurar melhores condições para o desenvolvimento da luta dos trabalhadores.


8. Seja como for, essa luta não deixará seguramente de prosseguir contra a política de austeridade e vende-pátrias do governo Sócrates e do PSD, apadrinhada pelo recente Cavaco Silva.

A Comissão de Imprensa do PCTP/MRPP

O CAVACO TEVE UMA VITÓRIA CURTA E AMARGA...METADE DO PAÍS ESTÁ CONTRA ELE...OUTRA METADE ESTÁ-SE A CAGAR PARA ELE...AGORA SÓCRATES TEM QUE CAIR, CUSTE


o que custar.

ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO
COMITÉ CENTRAL
DO PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO

DESENCANTO


Cidadãos tristes, fartos e desencantados
Fonte: Público
“As pessoas estão fartas”. A frase de um dos eleitores ouvidos pelo PÚBLICO resume o desencanto com a política, os políticos, a campanha e a situação do país.
Realização Ricardo Rezende e Hugo Torres

DEFENSOR NÃO FELICITA CAVACO

Defensor de Moura não felicita Cavaco Silva

23 de Janeiro, 2011 por Maria Teresa Oliveira

O deputado socialista já reconheceu a derrota, não deixando de voltar a criticar Cavaco SIlva a quem não felicitou. «Porque sou coerente» disse. E salientou ainda o resultado de José Manuel Coelho.
Defensor de Moura foi o primeiro a reagir oficialmente aos resultados das sondagens: «Saio, tal como todos os que opunham a Cavaco Silva, derrotado e assumo-o com toda a seriedade».

Para logo depois salientar o score obtido pelo mandeirense José Manuel Coelho, que «optou pela via satírica e falou de temas que os outros não quiseram falar».

Insistiu que na campanha «não se discutiu profundamente o perfil das pessoas» e que o Presidente reeleito tem um perfil que «não se adequa aos tempos que aí vêm», já que, insistiu, a «luta contra corrupção e clientelismo são fundamentais». E «tudo isto não foi suficientemente debatido», concluiu.

teresa.oliveira@sol.pt

Tags: Presidenciais, Defensor Moura, Política

SOL

O PRESIDENTE DO PAÍS DA GIGANTESCA ABSTENÇÃO


O semanário dá destaque também ao resultado do madeirense José Manuel Coelho, cujos 4,5 % dos votos (39 % na Madeira) são apelidados como um “basta ao Jardinismo”. O resultado de Coelho é tão mais surpreendente se se considerar que o número de votos que obteve – mais de 180 mil – é superior ao melhor resultado obtido por Alberto João Jardim, nas últimas eleições regionais em 2007. Em ano de eleições regionais na Madeira, o resultado de José Manuel Coelho deixa antever um possível embate renhido entre os dois madeirenses.

À semelhança dos restantes jornais, o “Diário de Notícias” elege a abstenção como a grande “vencedora” da noite eleitoral. Sob o título “Cavaco é o Presidente do país da gigantesca abstenção” o diário destaca o pior resultado sempre de um Presidente eleito e sublinha que Alegre “desiludiu em toda a alinha”. O jornal destaca igualmente que Cavaco Silva é o único Presidente a nunca atingir os 3 milhões de votos.

José Sócrates e o PS são identificados também pelo “DN” como derrotados da noite, destacando que em ambas a presidenciais – 2006 e 2011 – os candidatos apoiados pelo partido obtiveram resultados “irrisórios”.

Por fim, o jornal realça igualmente o resultado de Fernando Nobre que não só significa que as candidaturas independentes têm um espaço relevante nas eleições presidências – Alegre em 2006 e Nobre em 2011 – como pode ser lido como um “aviso à classe política”. Igualmente surpreendente para o jornal é o resultado do madeirense José Manuel Coelho que, não só no “DN” mas também em outras publicações, é associado à figura do palhaço Tiririca que obteve um resultado surpreendente nas eleições estaduais brasileiras.

O “Correio da Manhã”, à semelhança das restantes publicações realça os números baixos com que Cavaco Silva foi reeleito e destaca o efeito que o apoio de PS e BE teve na candidatura de Manuel Alegre, ao fazer com que este tivesse um resultado abaixo do de 2006.

JORNAL DE NEGÓCIOS

Sunday, January 23, 2011

CAOS NA IRLANDA

Cowen enfrenta moção de censura no Parlamento
Verdes ameaçam abandonar aliança de Governo na Irlanda
23.01.2011 - 11:10 Por PÚBLICO

O Partido dos Verdes na Irlanda ameaçou abandonar a aliança de Governo com o Fianna Fail, do primeiro-ministro Brian Cowen, depois de este último ter anunciado ontem que se afastava da liderança do seu partido mas permanecia à frente do Executivo.
Cowen não conseguiu remodelar o Governo na semana passada (Sebastien Pirlet/REUTERS)

A concretizar a ameaça, os Verdes podem fazer cair o Governo, e forçar eleições antes mesmo de 11 de Março, a data para a qual Cowen já se vira obrigado a antecipar o sufrágio após falhar uma tentativa de remodelação governamental na semana passada – a qual, de resto, fora bloqueada pelos parceiros de coligação, insatisfeitos com as escolhas feitas pelo primeiro-ministro.

De todos os lados na oposição vêm desde ontem críticas à decisão de Cowen – que na quarta-feira enfrenta uma moção de censura proposta pelos trabalhistas – e exigências de que deixe prontamente a liderança do Executivo e marque as eleições já para o próximo mês. A presente situação é descrita pela oposição como “uma farsa”.

O líder dos trabalhistas, Eamon Gilmore, asseverou que é “totalmente impossível” que Cowen se mantenha à frente do Governo depois de ter deixado a liderança do seu partido, a principal força no Executivo – uma situação que não acontece no país desde 1994.

Ao mesmo tempo, o líder do Fine Gael, maior partido da oposição, Enda Kenny, veio já dizer que votará a favor da moção de censura ao primeiro-ministro e avançará mesmo com uma proposta de voto de desconfiança, já para terça-feira, caso Cowen não dissolva antes o Parlamento. E do lado do Sinn Fein, o presidente do partido, Gerry Adams, disse já também que “o Governo e o Fianna Fail estão mergulhados no caos”.

REVOLUÇÃO NA TUNÍSIA


Polícias juntam-se aos manifestantes em Tunes para gritar que também são vítimas
23.01.2011 - 10:20 Por Sofia Lorena (texto) e Miguel Manso (fotografia), em Tunes

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« anteriorseguinte »Centenas de agentes desfilam na mesma avenida em que até agora formavam cordões de segurança. Antigo braço da repressão, ontem foram aplaudidos.
Acenderam-se velas para saudar "os mártires da revolução" (Foto: Miguel Manso)

Foi um sábado de frio mas de muitos sorrisos e gritos nas ruas de Tunes. "Somos todos vítimas", foi um dos mais ouvidos. Polícias, de uniforme e à civil, todos de pano vermelho atado ao braço esquerdo, bandeiras da Tunísia rasgadas em pedaços, abraçaram-se uns aos outros e abraçaram desconhecidos que até há poucos dias corriam à frente dos seus bastões. "Perdoem-nos", disseram alguns.

Os polícias tunisinos começaram a juntar-se aos protestos na sexta-feira, uma semana depois da fuga do Presidente Zine El Abidine Ben Ali. Mas foi ontem que a Avenida Habib Bourguiba de Tunes se tornou deles. Não faltaram carrinhas da força de choque nem carros de bombeiros. Não faltaram militares de hoje nem antigos combatentes.

Os tunisinos tornaram-se numa massa que se organiza a si mesma. Bastam três braços no ar e logo centenas de pessoas se calam para ouvir alguém que subiu a um tejadilho. Bastam alguns pedidos e centenas sentam-se no chão e batem palmas em uníssono.

"Hoje são eles que protestam. Também querem reivindicar os seus direitos", diz Huda, uma jovem de 29 anos que trabalhou como telefonista até ficar desempregada. "Eu percebo que alguns lhes tenham raiva, mas eles são tunisinos. Alguns são meus amigos."

Até agora, as manifestações apupavam os polícias e aplaudiam os militares. Centenas de agentes formavam cordões na mesma avenida em que agora desfilam. Foi a polícia, uma força de 150 mil agentes, que tentou travar a contestação que começou há cinco semanas. Pelo menos 100 civis morreram na repressão. Sabe-se que as chefias militares recusaram defender o Presidente e os soldados são vistos como heróis.

Depois de 23 anos em que a polícia funcionou como olhos e ouvidos da ditadura, ontem chegou a reconciliação.

Caixas de pizza viradas ao contrário serviram de cartazes onde se lia: "A polícia ao lado do povo." Oficiais do Exército subiram ao tejadilho de uma carrinha da polícia e, entre braços no ar e gritos de "vitória", cantaram o hino a uma só voz com polícias e tunisinos de todas as idades. À passagem das viaturas, famílias agitavam bandeiras e lançavam papéis brancos a partir de varandas.

Os polícias decidiram juntar-se às manifestações para protestarem contra o governo de transição, liderado por Mohammed Ghannouchi, o primeiro-ministro que já ocupava o cargo antes da queda do Presidente, também para se queixarem dos seus problemas.

Querem um sindicato que os represente e explique ao resto da população que não são "traidores", diz um jovem agente. "Eu ganho 350 dinares [menos de 200 euros] e trabalho todos os dias. Sou miserável", afirma. "Todos os privilégios iam para os chefes."

Rap, pintura e velas

Na Habib Bourguiba já só sobra um bastião que a população não tomou: um perímetro de segurança diante do Ministério do Interior, rodeado por arame farpado, com quatro tanques e dezenas de soldados no interior. Em vários momentos do dia, a multidão pareceu prestes a romper este cordão. De repente, uma mulher e uma criança passam para o lado de dentro e sobem ao topo de uma carrinha antimotim com um canhão de água. Um militar aproxima-se e dá-lhes cartazes de apoio à polícia.

No passeio central da avenida, um grupo de jovens artistas decidiu pendurar um pano branco nas árvores e pedir aos tunisinos que pintem com eles. Sprays vermelhos e amarelos servem para desenhar um sol ou escrever "liberdade".

Fatma é a animadora de serviço: com um lençol branco por cima da roupa, ora pinta com pincéis e com as mãos, ora ergue os braços a convidar quem passa a deixar a sua marca.

Dalimiri, nome artístico, e Marwoune Matri, cantor popular, fazem o resto da festa, alternando rap e folclore. "Aproveito a nossa liberdade para me exprimir", diz Dalimiri, 20 anos. "Não queremos o RDC nem Ghannouchi", afirma o jovem

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Saturday, January 22, 2011

A REVOLUÇÃO ESTÁ NA TUNÍSIA, NA ALBÂNIA, NA ARGÉLIA, NOUTROS PAÍSES DO MAGREB E VIRÁ PARA A EUROPA. TREMEI, Ó SENHORES DOS MERCADOS E DOS BANCOS


E também vós, governantes e cavacos. A vossa hora está a chegar.

Cavaco e o fim de 800 kms de ferrovia

CHÁVEZ E CUBA


Através de um cabo de fibra óptica submarino
Venezuela leva Internet de alta velocidade a Cuba
22.01.2011 - 19:55 Por PÚBLICO, Agências

A Venezuela e a ilha de Cuba ficarão em breve ligadas através de um cabo de fibra óptica. Para além de permitir ao governo castrista o acesso à Internet de alta velocidade, esta medida é igualmente uma lição diplomática e política da Venezuela aos Estados Unidos, que mantêm há vários anos um embargo a Cuba.
“Quem sabe o cabo submarino não chega até os Estados Unidos?", ironizou Hugo Chávez (Tomas Bravo/Reuters)

O cabo submarino, que começa hoje a ser instalado, terá um comprimento total de 1600 quilómetros e vai unir La Guaira, no estado venezuelano de Vargas, à praia de Siboney, na oriental província de Santiago de Cuba.

Os governos de Caracas e Havana, que vêem a iniciativa como um ponto estratégico das suas relações bilaterais, indica a BBC Brasil.

Com o bloqueio norte-americano à ilha de Cuba desde 1958, os dois governos encaram esta instalação como uma forma de romper este cerco económico e diplomático.

"Um dia chegará ao fim esse bloqueio a Cuba, injustificado, terrível e arbitrário do governo mais poderoso do mundo, sem nenhuma razão", afirmou durante a semana passada o Presidente venezuelano Hugo Chávez. “Quem sabe o cabo submarino não chega até os Estados Unidos?", ironizou ainda o chefe de Estado.

Estima-se que este cabo de fibra óptica faça aumentar em três mil vezes a velocidade de transmissão de dados pela Internet e faça reduzir os custos do serviço no país, indicou o Ministério de Comunicação e Informática de Cuba, citado pela BBC.

Cuba liga-se à Internet através de satélite desde 1996 e a velocidade é muito lenta.

A REVOLUÇÃO ALASTRA


“Vários feridos, muitas detenções”
Manifestação pró-democracia na Argélia dispersada com violência
22.01.2011 - 11:55 Por PÚBLICO

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« anteriorseguinte »A polícia dispersou esta manhã uma manifestação pró-democracia não autorizada na capital argelina, com testemunhas a indicarem que houve “vários feridos e muitas detenções”.
Entre os detidos estão membros do principal partido da oposição que organizaram o protesto, é relatado por vários media locais assim como pela agência noticiosa francesa AFP.

Cerca de 300 pessoas participaram na manifestação, onde foram confrontados por dezenas de agentes da polícia anti motim, armados com bastões e gás lacrimogéneo. “Há vários feridos... e muitas detenções”, relatou o líder do movimento Marchar pela Cultura e Democracia (RCD), Said Sadi, citado pela AFP.

As autoridades tinham na véspera avisado que o protesto era ilegal e urgiram as pessoas a não participarem nele. As manifestações públicas estão banidas na Argélia desde a imposição de um estado de emergência que dura desde 1992.

Mas o país assistiu nos últimos meses a vários protestos de rua, em contestação à subida dos preços dos alimentos, à semelhança do que se assistiu na Tunísia – onde a vaga de contestação acabou por provocar a queda do chefe de Estado Zine al-Abedine Ben Ali e a formação de um novo governo de transição até à realização de novas eleições legislativas e presidenciais.

Temendo um efeito de contágio fora de controlo do exemplo tunisino, as autoridades argelinas mantêm actualmente uma vigilância policial apertada sobre todas as formas de manifestação pública.

A REVOLUÇÃO DA TUNÍSIA E OS BLOGGERS


Continuação:
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Lina continuou a escrever sobre direitos humanos e censura. A comunidade de internautas que a seguia era cada vez maior, mas nada que a preparasse para o que viveu no último mês. A 17 de Dezembro, via Internet, chegava-lhe a notícia da imolação pelo fogo do jovem Mohamed Bouazizi, em protesto contra a corrupção da polícia municipal que o subornava para o deixar trabalhar. "Logo nessa noite eu quis ir para Sidi Bouzid, os meus amigos é que me aconselharam a esperar." Mas demorou pouco até Lina deixar Tunes. Primeiro parou em Sidi Bouzid, a pequena cidade do interior onde a contestação contra o regime do presidente Ben Ali começou; depois seguiu os protestos, onde quer que eles estivessem a acontecer. "Eu sabia que os jornalistas não iam cobrir o que estava a acontecer e que o regime ia tentar silenciar tudo. Por isso, fotografei, publiquei as fotos no Facebook, escrevi no Twitter", diz. "Vi pessoas simples fartas da repressão. Uma mãe que tinha sido atingida por duas balas sem sequer estar a protestar. Vi tunisinos a morrer às mãos de tunisinos. Pessoas que se juntavam para fazer um minuto de silêncio, coisas simbólicas; e a polícia a responder com matracas, bombas de gás lacrimogéneo, às vezes balas." De regresso à capital, instalou-se no quarto de um hotel no centro, dividindo o tempo entre as manifestações e o computador. "Queria documentar tudo. As greves dos advogados, os protestos dos artistas. Vi que estava a acontecer algo de diferente, mas ainda não tinha percebido bem que resultado ia ter."Na noite de 13 de Janeiro, Ben Ali fez um discurso ao país e a seguir a polícia dispersou à força os manifestantes e começou a atirar a matar.

Um movimento espontâneo

"Na manhã do dia 14 levantei-me triste. Tive medo por esta revolução, mas uns amigos vieram e convenceram-me a sair à rua", diz Lina. "Vi uma manifestação, mas não era realmente grande. Depois, começámos a andar na direcção da Avenida Bourguiba e percebi que de todas as ruas vinham pessoas, cada vez mais. Não consigo descrever o que senti. Toda a gente com a mesma energia, toda a gente a gritar "Basta". Em Sidi Bouzid tinha chorado de tristeza, mas nesse dia chorei de alegria", recorda.

Sadok encontrou a filha a 50 metros da sede da UGTT, a União Geral dos Trabalhadores Tunisinos, o sindicato único de que ele já fez parte. "Ela estava mesmo no início da manifestação. Fiquei muito comovido. Eu não pude participar em muitas manifestações na minha vida, a oposição que fiz foi como militante clandestino. E, de repente, a minha cidade fazia-me lembrar as revoluções da Europa de Leste, Portugal. Vi pessoas com filhos e netos, sem uma garrafa de água ou um pacote de bolachas, mas dispostas a permanecer ali de pé o dia todo, pela noite dentro. Era um movimento realmente espontâneo e essa foi a sua força."

Nesse dia, Ben Ali fugiu do país. E, apesar do recolher obrigatório e do estado de urgência decretados, ninguém arredou pé da rua. Lina e Sadok nunca mais se largaram. A jovem recusa expressões como "revolução Facebook" ou "Twitter" e prefere dizer que esta "é uma revolução do povo", não obstante o papel fundamental dos internautas na divulgação do que se estava a passar. "Se fôssemos só nós, esta teria sido uma revolução virtual." O pai agradece-lhe a coragem. "Eu fui ficando cansado. A Lina fala de 23 anos de repressão, mas para mim não foi só o Ben Ali, começou antes, eu vivi toda a minha vida sob ditadura. Aos poucos, convenci-me que recusar ser corrompido já era uma forma de resistência. A Lina e os jovens da idade dela deram-me uma lição de História. Perdemos o medo. Eu nunca tinha vivido História na minha vida."

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Friday, January 21, 2011

DEFENSOR VERSUS CAVACO

Questões de caracter




Assunto: Defensor Moura v Cavaco Silva – Esclarecimento ao Debate

Esclarecimento de Defensor Moura

Depois do debate com Cavaco Silva, um jornal diário de Lisboa solicitou-me uma entrevista para esclarecimento de algumas das afirmações feitas, a que eu acedi imediatamente porque, o escasso
tempo concedido aos candidatos na TV é insuficiente para a cabal explanação dos temas abordados.

Infelizmente, hoje verifico que, certamente por falta de espaço, as minhas afirmações foram muito reduzidas por aquele jornal e, por isso, decidi publicitar o meu resumo da citada entrevista:

Disse que Cavaco Silva não é isento nem leal, favoreceu amigos e correligionários e tolerou e beneficiou com negócios considerados ilícitos pela justiça, além de lhe faltar cultura política para se identificar com eventos relevantes da história recente do país, tendo eu afirmado que esses atributos são importantes na avaliação dos candidatos ao cargo de Presidente da República.

Informei ainda o referido jornal que, no Dia de Portugal de 2008, recusei a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito, que o Presidente da República me quis atribuir, não só por considerar que o trabalho em Viana do Castelo tinha sido realizado por uma vasta equipa e não apenas por mim mas, também, por não aceitar ser distinguido por quem tinha tido uma série de atitudes pouco edificantes durante a preparação do evento.

No debate televisivo, fiz referência a vários factos ocorridos durante a preparação do Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2008 que, na minha opinião, demonstram claramente que Cavaco Silva não tem perfil
para ser PR e que só naquele momento, "olhos nos olhos" com o agora recandidato, senti o dever cívico de os revelar para que os portugueses o conheçam melhor, ultrapassando o poderoso aparelho de propaganda que lhe construiu a imagem de isenção e seriedade que "só em duas vidas" os outros portugueses poderiam alcançar.

A falta de isenção de Cavaco Silva foi revelada quando recusou o convite (mostrado ao jornalista) que lhe fiz para realizar o Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2009, para encerrar as comemorações dos 750 anos do Município, antecipando-o para 2008.

Na altura o PR alegou que, sendo 2009 ano de eleições autárquicas não queria beneficiar nenhum município e, por isso, as comemorações seriam realizadas em Lisboa, com carácter mais nacional.

Afinal, em 2009 as comemorações realizaram-se num município liderado pelo PSD.

Para demonstrar o seu favorecimento de amigos e correligionários, considerei suficiente mostrar ao jornalista a proposta feita à Câmara Municipal pela Presidência da República para se contratar a fadista, que tinha sido mandatária da juventude na candidatura de Cavaco Silva, para um espectáculo público em Viana do Castelo.

A proposta indicava ainda um maestro e um palco especial para a actuação, tudo orçado em mais de 90 mil euros, com Iva incluído. A Autarquia recusou a proposta presidencial e realizou um espectáculo, de não menor qualidade, com artistas vianenses, que custou apenas seis mil e quinhentos euros.

Mas o despesismo da Presidência de Cavaco Silva, ainda foi mais exuberante no arranjo da sala para a cerimónia solene do Dia de Portugal. Não foi aceite a proposta da autarquia de a realizar no magnífico Teatro Municipal e, o arquitecto da equipa do PR, fez um projecto de decoração interior de um pavilhão de exposições, que constituiu uma verdadeira tenda gigante e que orçou em 165 mil euros, para um acto de apenas uma hora e meia!

Apesar de eu ter resistido o mais que pude a realizar tão grande despesa e até ter discutido o orçamento com a empresa, que fora indicada pela equipa presidencial, a Câmara Municipal teve de assumir aquele encargo perante a exigência presidencial da maior dignidade para as comemorações, sempre com a "ameaçadora hipótese" de o evento poder ser transferido para outra cidade.

A propósito da dispendiosa tenda alugada e paga por Viana do Castelo, cumpre-me denunciar que, numa clara atitude de favorecimento da Presidência de Cavaco Silva, uma tenda semelhante e para o mesmo acto
em 2009, foi financiada pela Presidência da República e não pela autarquia liderada pelo PSD, certamente porque Cavaco Silva já começava a ter "preocupações com a pobreza e a fome", que agora sem pudor utiliza na campanha eleitoral , e decidiu poupar aquela despesa ao município amigo.

Mas, ainda tivemos de recusar outras dispendiosas propostas da Presidência da República, substituindo-as por realizações menos onerosas para a autarquia, como por exemplo um espectáculo multimédia para os convidados da Presidência que custava mais de 60 mil euros, substituída por uma sessão de fogo de artifício orçada em 14 mil euros, que foi oferecida aos convidados do PR e ao público vianense.

Por toda esta evidente diferença de postura, quer na gestão de dinheiros públicos, quer de isenção no exercício de cargos oficiais, achei muito estranha a vontade de Cavaco Silva me condecorar no Dia de
Portugal e, em carta dirigida ao Chefe da Casa Civil, que mostrei ao jornalista como toda a correspondência relativa aos factos relatados, comuniquei que recusava receber a comenda de Grande Oficial da Ordem
de Mérito.

Refira-se que estes factos ficaram sempre no restrito âmbito do meu gabinete e da vereação, porque entendi que a sua revelação perturbaria o evento que todos os vianenses desejavam ser um sucesso para o município, com foi.

Só agora decidi revelá-los, olhos nos olhos com o recandidato, por serem factos indesmentíveis e nesta altura de escolha do novo PR sentir a obrigação cívica de revelar a falta de isenção e lealdade, favorecimento e despesismo de Cavaco Silva no exercício do cargo, atributos absolutamente contrários aos que ele com despudor se atribui publicamente.



Sobre a deslealdade institucional de Cavaco Silva com o Governo, na inventona das escutas e não só, e, também, a deslealdade pessoal com os seus correligionários Fernando Nogueira e Santana Lopes, bem como sobre a forma como pactuou com os responsáveis do BPN e teve chorudos benefícios com as acções da SLN, que qualquer leigo só considera possíveis com negócios ilícitos, são factos do conhecimento público
que referi de passagem no debate e a que nada pretendo acrescentar.

Devo dizer, no entanto, que ao longo dos anos, vários factos semelhantes me foram relatados por autarcas e outros protagonistas políticos que, por razões diversas, não foram revelados.

A terminar quero refutar veementemente a acusação de Cavaco Silva de que estarei a participar numa campanha suja contra o ainda Presidente da República, afirmando sem temor que sujas e altamente criticáveis foram estas e outras atitudes de Cavaco Silva no exercício do mandato presidencial e, com esta minha denúncia, pretendo que os portugueses fiquem a saber que o agora recandidato não é aquele político exemplar e acima de todas as suspeitas que a sua propaganda divulga há quase três décadas.

Estando disponível para qualquer esclarecimento complementar, apresento os melhores cumprimentos

Defensor Moura

27. Dezembro. 2010

E.M. MELO E CASTRO


A experiência crítica da poesia
O direito à crítica critica-nos
O dever da crítica critica-nos
O sabor da crítica critica-nos
O medo da crítica critica-nos
O saber da crítica critica-nos
O peso da crítica critica-nos
A dor da crítica critica-nos
A visão da crítica critica-nos
A ilusão da crítica critica-nos
O conceito da crítica critica-nos
O preconceito da crítica critica-nos
A altura da crítica critica-nos
A densidade da crítica critica-nos
A negação da crítica critica-nos
A criação da crítica critica-nos
A polivalência da crítica critica-nos
A univalência da crítica critica-nos
A violência da crítica critica-nos
A ignorância da crítica critica-nos
O teor da crítica critica-nos
O terror da crítica critica-nos
A mão da crítica critica-nos
A flor da crítica critica-nos
O trabalho da crítica critica-nos
O ódio à crítica critica-nos
A crítica da crítica critica-nos
A autocrítica critica-vos!

E.M. de Melo e Castro

retirado de http://porosidade-eterea.blogspot.com da Inês Ramos

Thursday, January 20, 2011

A. Pedro Ribeiro, autor do WAF e da Corpos, censurado!

A. Pedro Ribeiro, autor do WAF e da Corpos, censurado!

MRPP

O candidato presidencial Cavaco Silva tem sido costumeiro em lançar umas atoardas para esta campanha pobre em ideias, mas muito adjectivante…
Este sábado admitiu que possa ter havido «alguma injustiça» nos cortes salariais na função pública porque «largos milhares de portugueses» do sector privado ficaram de fora dessa tributação…porque outros, «com muitos maiores rendimentos, não foram chamados a dar o seu contributo»…
Espantoso como este candidato e actual detentor do cargo se arroga em “defensor” dos desprotegidos funcionários públicos…ele que tem três reformas obscenas…ele que aprovou o OE de Estado, onde os cortes nos salários dos trabalhadores da função pública estão inseridos nas medidas reaccionárias deste governo…
Mas afronta hipócrita aos trabalhadores continua…interrogado se é a favor de cortes salariais maiores para os escalões mais elevados de rendimentos, respondeu: «Não, há formas diferentes de fazer a questão, que não é pela via dos cortes salariais, mas este não é o tempo para tratar dessa matéria. Agora, olhemos para o futuro»…este senhor é uma autêntica piranha, alimenta-se da crise existente e ainda por cima envia recados aos patrões…vejam bem é necessário serem “solidários”…cortem nos salários dos seus trabalhadores! Vilão…
Uma coisa é certa, olhemos para o futuro…de acordo…mas não o vosso “futuro” passadista e retrógrado, de maior exploração e opressão, senhor Cavaco e companhia…o futuro imediato dos trabalhadores é a luta contra esta sociedade que permite que estas sanguessugas nos tirem o sangue e ainda mastiguem os nossos ossos…sejamos determinantes na nossa luta, combatendo o capitalismo para podermos viver.

REDUÇÃO DO SUBSÍDIO DE FÉRIAS ILEGAL

Redução do subsídio de férias na CGD é "ilegítima e ilegal" - Garcia Pereira
Porto, 19 jan (Lusa) - O advogado especialista em Direito do Trabalho Garcia Pereira defende que a decisão da Caixa Geral de Depósitos de reduzir em 2...



Redução do subsídio de férias na CGD é "ilegítima e ilegal" - Garcia Pereira
Porto, 19 jan (Lusa) - O advogado especialista em Direito do Trabalho Garcia Pereira defende que a decisão da Caixa Geral de Depósitos de reduzir em 20 por cento o subsídio de férias aos funcionários, antecipando os cortes nos salários é, para já, "ilegítima e ilegal".

"Se houver uma norma que o permita, pode-se depois discutir a constitucionalidade da norma, mas enquanto não há norma, mesmo que depois venha a existir e seja considerada constitucional, não retira ilegalidade à antecipação dos efeitos", afirmou à Lusa Garcia Pereira.

O advogado especialista em Direito do Trabalho explica que "no caso da CGD, está-se a tentar criar o efeito consumado com uma produção antecipada de efeitos que a lei não permite", considerando "completamente ilegítima e ilegal a antecipação dos cortes nas remunerações".

Na terça-feira fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) garantiu à Lusa que a retenção que o banco vai fazer de 20 por cento do subsídio de férias aos seus trabalhadores, normalmente pago em janeiro, "não é uma medida definitiva". O banco sublinhou ainda que "cumprirá as decisões da tutela referentes à adequação das medidas restritivas do OE [Orçamento de Estado de 2011] aos seus funcionários".

Por outro lado, Garcia Pereira, diz não poder deixar de "salientar como é possível que o mesmo Estado e o mesmo Governo tenham permitido a antecipação da distribuição de dividendos aos acionistas de grandes empresas, como a PT, para lhes possibilitar a fuga à tributação, que passaria a estar em vigor a partir de 2011, e que simultaneamente se faça um desconto às remunerações a quem vive do seu trabalho", realçou.

Garcia Pereira realçou que "a bitola é completamente diferente consoante se fala de rendimentos do trabalho ou do capital, o que não deixa de ser bastante elucidativo da natureza destas medidas".

Refira-se que o jurista já emitiu um parecer em que considera os cortes salariais na função pública e no setor empresarial do Estado, aprovados na Lei do Orçamento do Estado para 2011, inconstitucionais. "A efetivação de cortes é ilícita, dada a inconstitucionalidade, porque a entidade empregadora, seja pública ou privada, não pode reduzir unilateralmente a retribuição", argumentou.

JNM (MSF/DN)

***Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico***

Lusa/Fim

Wednesday, January 19, 2011

MOVIMENTO ESCOLA PÚBLICA

MOVIMENTO ESCOLA PÚBLICA
IGUALDADE E DEMOCRACIA

SOS Escola Pública

Adensam-se nuvens negras sobre a Escola Pública. Em nome da contenção da despesa no sector da Educação, a Resolução do Conselho de Ministros nº 101-A de 2010, de 27 de Dezembro, e o Projecto de Despacho sobre a organização do Trabalho nos agrupamentos ou escolas não agrupadas vêm desregular a escola pública e acelerar o seu desmantelamento.


As medidas tomadas e previstas são dramáticas, socialmente insensíveis e de consequências absolutamente negativas para o sucesso escolar:


- Redução no já magro e apertado orçamento das escolas;


- Aumento do número de alunos por turma e por professor, em nome de uma “gestão mais eficaz na constituição de turmas e distribuição do serviço de docência”, que não tem em vista outra coisa senão diminuir os gastos com pessoal docente;


- Redução do número de funcionários não docentes, criando problemas ao nível do funcionamento de serviços essenciais, como a biblioteca, o bufete, a papelaria e outros, agravando inclusivamente as condições de segurança dos alunos;


- Insistência na constituição de mega-agrupamentos, envolvendo não só escolas afastadas e culturalmente diferenciadas, mas também um número desmedido de alunos, ao mesmo tempo que se introduzem restrições cegas nos quadros de gestão escolar;


- Eliminação da área de projecto e redução do estudo acompanhado sem alternativas para apoiar os alunos nas disciplinas com mais dificuldades;


- Fim dos pares pedagógicos a EVT, Educação Visual e Tecnológica, restringindo drasticamente a sua componente prática e artística, criando condições de insegurança na manipulação de materiais e ferramentas, por parte dos alunos, e prejudicando o enquadramento e acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais numa disciplina que integra o seu currículo;


- Eliminação de horas na componente lectiva para o exercício de funções relacionadas com Bibliotecas Escolares, Desporto Escolar e desenvolvimento de clubes e projectos, e ainda com os apoios educativos e a generalidade dos planos de combate ao abandono e insucesso escolares, como o Plano de Acção da Matemática e as Tutorias, destruindo fecundas experiências de educação e formação dos alunos e comprometendo metas e objectivos definidos pelo próprio Governo até 2015.


Tudo isto se faz, obviamente, através da contracção absurda do número de horários, com um brutal agravamento de desemprego docente, que começará por tocar os professores contratados, mas que não vai desde logo deixar de fora professores afectos aos quadros, por inexistência forçada de horários nas suas escolas.


Sócrates e Alçada enchem a boca com o Estado Social e o papel estratégico da Educação, e com as metas para aumentar o sucesso escolar. Cortando a direito na escola pública, fazem o contrário do que apregoam.


O Movimento Escola Pública condena este ataque brutal contra o ensino público e a escola inclusiva. Ele vem agravar o insucesso e o abandono escolares e comprometer o desenvolvimento, os direitos e as expectativas de crianças e jovens, e das suas famílias.


www.movescolapublica.net

Tuesday, January 18, 2011

ROSA LUXEMBURGO

Sábado, 15 de Janeiro de 2011

Rosa Luxemburgo…dia do seu assassinato…

Passam 92 anos sobre o assassinato de Rosa Luxemburgo pelos verdugos dos " Freikorps Korps", futuros SA do partido nazi alemão, sob as ordens do governo social-democrata de Ebert e Noske.
Rosa Luxemburgo foi uma filósofa e economista marxista polaca-alemã, militante revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, conjuntamente com Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).

Colocamos aqui esta passagem do seu último escrito "A ordem reina em Berlim":

"Porque a nossa crise tem com efeito um duplo rosto, o da contradição entre uma enorme decisão ofensiva por parte das massas e a falta de convicção por parte dos chefes berlineses. Falhou a direcção. Mas este é o defeito menor, porque a direcção pode e deve ser criada pelas massas. As massas são com efeito o factor decisivo, porque são a rocha sobre a que será edificada a vitória final da revolução. As massas cumpriram com a sua missão, porque fizeram desta nova "derrota" o elo que nos une legitimamente à cadeia histórica de "derrotas" que constituem o orgulho e a força do socialismo internacional. Podemos ter a certeza de que desta "derrota" também há-de florescer a vitória definitiva.
A ordem reina em Berlim!... Ah! Estúpidos e insensatos carrascos! Não reparastes em que a vossa "ordem" está a alçar-se sobre a areia. A revolução se levantará amanhã com a sua vitória e o terror surgirá nos vossos rostos ao ouvir-lhes anunciar com todas as suas trombetas: ERA, SOU E SEREI!"

RIBEIRO NO FRATERNIZAR


DO SABER E DA POTÊNCIA


Continua tudo nas mãos dos mercados e agora dos leilões da dívida. O absurdo a que estes dias nos conduzem. Por isso há Presidentes como Cavaco, primeiros-ministros como Sócrates. A vida reduzida a isto, às flutuações de números que só uns iluminados entendem, às vontades de especuladores sem rosto. Não, não vou por aí. Os mercados não me podem pôr deprimido, a bolsa não me entra pelas entranhas. Não fui eu que endividei o país. Não fui eu que estive no Governo ou na Presidência. Acredito num homem que não mercadeja, que não está no mercado. Acredito num homem pleno, livre, que afirma a vida, que não se deixa levar pelas patranhas que nos espetam nos cornos todos os dias. Sim, tenho de seguir a minha via, uma via quase religiosa, como a do padre Mário de Oliveira. Há sempre o homem que cai e se levanta. Que até se pode servir dos media. Mas que não pode estar preso ao que quer que seja por demasiado tempo. Não, não falarei a linguagem dos mercados. Há, de novo, uma revolta interior. Não me venderei na praça. Aqui, na "Motina", a 12 de Janeiro de 2011, redescubro o mundo. Sou o homem sem fronteiras. Sempre tive uma vida interior rica. É do contacto, do casamento da vida interior com a vida exterior que se faz a vida. E como ela é superior aos mercados e aos políticos ao serviço dos mercados, aos carros que passam. Como me sinto pujante aqui na confeitaria. Como nasço de novo, uma vez mais. Com "Viver Para Te Ver", dos UHF na rádio. Não, não tenho de andar a auto-censurar-me. Não fui eu quem pôs o mundo assim. Nada tenho a ver com a economia. Sou da vida. Nem sempre a consigo viver mas fujo sempre para ela. Não me levais, ó profetas da morte. Não me levas, ó "Pingo Doce". Não me levais com conversas mansas. Sou doido e por isso me safo. Ficai com os vossos bancos, com as vossas bolsas, metei-as pelo cu acima. Hoje nasço outra vez. Estava em baixo mas agora já estou em cima. O país arde e eu assisto. Sou doido como Nero mas sou anarquista. Preocupo-me com as pessoas. Agarro-me ao texto como Moisés às tábuas, como Camões aos "Lusíadas". Sou completamente doido. Por isso amo a vida, o instante, o aqui e agora. Não façais de mim o homem da família. Nada tenho a ver com as vossas contas. Não sou da crise nem da economia. Nem sequer tenho conta no banco. Não tenho qualquer responsabilidade na dívida pública. Sou uma voz delirante. Sou o homem que nasce aqui, hoje, agora, na "Motina". Não quero negócios nem compromissos. Sou do ócio. Sou da vida. Não sou aquele que quereis. Não sou aquele que venceis. Nada tenho a temer. Não gosto de empresas nem de capitalistas. Não me toqueis. Não me deis acções nem cotações. Não sou desses. Teria vergonha. Nasço outra vez. Não tenho quaisquer responsabilidades. Não me toqueis. Estou farto das vossas conversas. As vossas conversas e as vossas notícias dão cabo de mim, matam-me. Prefiro ser doido. Prefiro não ter obrigações. Prefiro gritar em plena praça. Estou na graça, estou de graça. Ninguém me tira daqui. Sou ébrio. Sou ébrio, mesmo sem álcool. Acredito num novo mundo, num novo homem. Num homem sem dinheiro, sem economia. Chamai-me utópico, chamai-me irrealista, eu estou para lá. Escrevo e o que escrevo fica aqui cravado, mesmo que nunca seja publicado, mesmo que não vá para o blog. Não, sou daqui e sou daqui mais do que nunca. Nasço e falo com a D. Rosa. A D. Rosa é uma espécie de anjo que me visita de vez em quando, de anjo sem economia que fala da vida e das doenças. Não, não me posso prender. Tenho iluminações na confeitaria. Nada tenho a perder. Nasço outra vez. Esta é a verdade. A única verdade. Não há aqui cavacos. Não há aqui castração social. Sou do homem que nasce outra vez. Sou do homem que se torna naquele que é. Há um mundo novo. Há uma nova vida no coração do homem. Não me atireis bancos, dívidas, notícias. Sou o homem que se completa. Sou o homem do eterno retorno. Não me dou a todos, não me mostro a todos mas sou o homem. Posso até ser desajeitado, desastrado nas tarefas manuais mas sou o homem que fica. Não há aqui corte e costura, não há aqui censura. Sou o que escrevo, nada está acima de mim, nem Deus nem os mercados. Estou farto da linguagem mesquinha das percentagens. Estou farto de estatísticas. Rompi com a economia. Não me peçam para ser outro que não sou. Não sou esse ser que está a meio, que não se assume, sou da vida, da potência. Vou atrás da emoção. Não espereis de mim condescendência. Sou da potência. Da vontade de potência. O que acontece é que a economia por vezes parece vencer-me, faz de mim um Dionisos efeminado, mas depois há dias como hoje em que a potência regressa, vinda não sei de onde. E volto a ser aquele que amo, aquele que diz a palavra, aquele que enfrenta o inimigo mas mais sabedor, mais puro. Sou do saber e da potência.

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Sunday, January 16, 2011

QUEM DÁ MAIS?


Um país em leilão. Quem dá mais? Um país entregue à rapina dos números assexuados, dos mercados, dos especuladores sem rosto. Um Presidente que troca acções com os burlões do regime, seus ex-governantes, seus compinchas. Um país em leilão. Quem dá mais? A vida reduzida a percentagens, aos ditâmes dos bancos e das bolsas. Quem dá mais? O que é que isto tem a ver com a vida? O que é que estão a fazer da vida? Quem dá mais? Que suposta lógica é esta que move os cronistas do regime? Que porra de homem se está a construir? Não, não me espeteis mais propaganda e mercados nos cornos! Dai-me o homem livre. Dai-me o homem que procura a maravilha. Não esta merda. Não esta morte. Não mais castração! Que porra de mundo, este dos mercados. Não mais controlo, não mais FMI's. Onde está o homem livre? Talvez a saída seja mesmo a loucura. Que porra de mundo pequeno. Que porra de mundo mesquinho. Sempre a fazer continhas, sempre atrás do dinheirinho, sempre a dizer avé-maria ao deus do mercado e dos mercados, sempre escravos da economia. Não quero mais. Basta! Sou do espírito e do coração. Não quero passar a vida a enganar o parceiro do lado. Não me quero rebaixar. Elevo-me. Sou do homem. Do homem primeiro, do que está desperto para a novidade do mundo. Daquele que procura a maravilha nos olhos da menina. Do homem que se vira para as estrelas, daquele que é, ele mesmo, uma estrela. Não me espeteis telejornais, telenovelas. Sou estrela ébria. Bebo os céus. Sou aquele que sobe às alturas. Não me espeteis empregos, horários, sacrifícios. Percorro a estrada que conduz a mim mesmo. Não me deis mercados, não suporto mais os mercados. Sou daqui. É aqui que afirmo a vida. Não me contaminais. Não me comprais. Não me doutrinais. Agora sou puro, consigo ser puro. Nasço agora.

Saturday, January 15, 2011

REVOLUÇÃO NA TUNÍSIA


Tiros nas ruas, supermercados saqueados e incendiados, motins nas prisões: o caos e a desordem estão instalados em Tunes, capital da Tunísia, e um pouco por todo o país, onde vigora o estado de emergência decretado ainda antes da fuga para o exílio do ditador Zine El Abidine Ben Ali, no poder durante 23 anos.
As agências Reuters e Associated Press descrevem cenas de violência e pilhagens nos arredores da capital (Zohra Bensemra/Reuters)

As forças policiais assumiram o controlo do aeroporto internacional, que está em funcionamento, e barraram a avenida Habib Bourguiba, principal eixo da capital. Os edifícios dos ministérios estão a ser protegidos por tanques do exército, e nas ruas há centenas de soldados e polícias. As ruas estão praticamente desertas, com o comércio fechado, mas ainda se ouve o som de tiros.

As agências Reuters e Associated Press descrevem cenas de violência e pilhagens nos arredores da capital: em Ariana e Bizerte, respectivamente a 20 e 50 quilómetros de Tunes, os supermercados foram saqueados e incendiados.

Na localidade turística de Monastir, um incêndio deflagrou numa prisão, matando pelo menos 42 reclusos, confirmou à AFP o chefe do serviço de medicina legal do hospital Fatouma Bourguiba. O fogo terá sido ateado por um prisioneiro, que incendiou um colchão num dormitório que albergava 90 indivíduos. Testemunhas relataram à Reuters que dezenas de prisioneiros tinham conseguido fugir da prisão.

Um outro motim numa prisão com 1200 reclusos, em Mahdia, a 140 quilómetros de Tunes, resultou na morte de “dezenas de pessoas” que foram atingidas pela polícia quando os prisioneiros tentavam escapar. “Os prisioneiros estavam a fugir e a polícia abriu fogo sobre eles. Agora há dezenas de pessoas mortas, e os presos fugiram todos”, contou um homem que mora a 200 metros da prisão à Reuters.

“Já destacamos todos os meios e não nos pouparemos a esforços para restabelecer a ordem em todo o território”, garantiu o primeiro-ministro cessante, Mohammed Ghannouchi, que assumiu o poder depois da fuga de Ben Ali, antes da reunião do Conselho Constitucional.

Este órgão acabou depois por nomear o presidente do Parlamento, Fouad Mebazza, para a função de Presidente interino, esclarecendo que essa é a ordem prevista na Constituição. O anúncio foi feito na televisão estatal, juntamente com a confirmação que Ben Ali, exilado na Arábia Saudita, já foi oficialmente destituído do cargo. Num prazo máximo de 60 dias, serão convocadas eleições presidenciais.

Pouco depois de tomar posse, Fouad Mebazza encarregou o primeiro-ministro cessante de formar um novo governo provisório de unidade nacional, “no interesse superior do país”. “Todos os tunisinos, sem excepções e sem exclusivos, serão envolvidos no processo político”, prometeu Mebazza, sublinhando que a sua missão enquanto Presidente interino era consagrar o pluralismo e democracia no país.

O líder do partido trabalhista União da Liberdade, Mustafa Ben Jaafar, disse à Reuters que já tinha mantido uma conversa preliminar com Ghannouchi e que negociações estavam marcadas para amanhã. “Discutimos a ideia de um governo de coligação”, esclareceu.

Numa curta entrevista à cadeia televisiva Al Jazeera, Ghannouchi considerou “inaceitáveis” as cenas de saque e destruição, e denunciou a “infiltração de determinados partidos nas manifestações de rua”, escusando-se contudo a nomeá-los.

Comissão de inquérito vai investigar responsabilidades
O primeiro-ministro cessante informou também que “foram tomadas medidas preventivas” para lidar com a família de Ben Ali, suspeita de corrupção. Ghannouchi deu a entender que já teriam sido feitas várias detenções, mas não disse de quem. “Uma comissão de inquérito vai ser criada para estabelecer as responsabilidades de cada indivíduo”, adiantou.

A Liga Árabe divulgou um comunicado apelando à calma e pedindo a “todas as forças políticas, representantes da sociedade tunisina e oficiais do Governo para se manterem unidos, assegurar a paz nacional e consagrar os progressos reclamados pela população”. “É preciso encontrar um consenso nacional que permita ao país ultrapassar a crise e garantir o respeito pela vontade expressa pelo povo da Tunísia”, dizia o comunicado

www.publico.clix.pt

DO CAVACO

porque o cavaco é uma avantesma parida de si mesmo
.por Bruno Miguel Resende a quinta-feira, 13 de Janeiro de 2011 às 19:08.o cavaco boicotou-me o ensaio dos elogios da embriaguez no pequeno auditório e isso irrita-me.



porque o cavaco precisa do grande auditório. e do pequeno auditório. e das casas de banho. e das cadeiras. e do piaçaba do teatro de vila real. e tudo.



o cavaco rouba-me tudo. até o tempo.



o cavaco não me deixa trabalhar.



porque o cavaco é uma avantesma parida de si mesmo que deu à costa do esgoto público.



o cavaco é uma múmia com seis mil anos acabada de ser atropelada vinte vezes por um submarino em marcha atrás.



o cavaco é um fóssil revestido a excremento de pomba com espírito santo depenado por implosão de cérebros de galinha.



o cavaco lambe cus e engole tudo sem se fartar. e mantêm a boca aberta.



o cavaco tem uma rolha no rabo por isso defeca pela boca enquanto outros lhe lambem o cu.



o cavaco é chato.



o cavaco é um urso.



o cavaco é um tripé com duas pernas e um foguete de artifício inserido no referido atrás.



o cavaco é uma sotaina clerical erguida com guindastes das obras que não são feitas na pátria e tem beiços mais horrendos que uma vagina de cascavel morta à quinze dias. ou mais.



o cavaco é um naufrágio sem bóias num lavatório entupido cheio de girinos fascistas que pensam andar em alto mar a saudar caravelas em ouro.



o cavaco mete pena.



o cavaco não tem penas.



o cavaco é um gnomo subterrâneo que blasfema a minha imagem de sábio e de outros como eu.



o cavaco é um cisco metido entre os dentes que nem com fio dental sai.



o cavaco nu só com esse fio dental é asqueroso.



o cavaco nu é asqueroso.



o cavaco vestido é asqueroso.



o cavaco até às escuras é asqueroso. ou ainda mais.



o cavaco é insuportável mesmo quando enfio tampões nas orelhas e ele fala com um bolo rei de quinze anos interinho enfiado na goela.



o cavaco é moncoso.



o cavaco agrafado a uma parede é uma fenda que enxurra humidade amarela. ou verde. às vezes castanha.



o cavaco tem seguranças enfiados nos bolsos e nos sovacos, que cheiram mal, para que não caia de si abaixo de tão entediante que é.



o cavaco é desmesuradamente aborrecido.



o cavaco tem menos pensamento que uma lesma a acasalar ao ar livre sobre trovoadas e ventos de cortar a respiração. mesmo que se seja um bicho que não respira.



o cavaco não respira. expira.



o cavaco ordena que o país seja católico e eu sou marciano anti-mariano.



três vezes merda. ou mais. se o cavaco é de direita eu sou da esquerda, se o cavaco é heterossexual eu sou homossexual, se o cavaco é cristão eu sou anticristão, se o cavaco é pela pátria eu sou pela mátria, se o cavaco tem pêlos eu depilo-me, se o cavaco corta o cabelo eu não, se o cavaco gosta dos bancos eu meto a economia no colchão, se o cavaco sorri eu choro, se o cavaco reza eu rio-me bêbado.



porque o cavaco é um poio meio seco com uma bandeira vermelha e verde hasteada em si de si para si por si e tudo tudo tudo que consegue comer. o resto é amarelo meio molhado com a espuma da ira que tem por não ser salazar.



três vezes merda. acenda-se o rastilho ao foguete do tripé. e pum.





por bruno miguel resende falocrica lucien ubu faustroll trapeiro e anti-cavaco e mais tudo

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Friday, January 14, 2011

A MENINA


Não, não estou bem. Escuto as conversas dos outros. O Tavares e a velha. As graçolas. Sempre animam a alma. Mas não estou bem. Definitivamente, não estou bem. Sinto um certo desprezo pelas conversas das gentes simples. Mas o Tavares tem espírito, não haja dúvida. É o personagem cá da zona. Não estou bem. E desprezo os deuses da publicidade. Não sou deles. Sei o que quero. Às vezes passo por louco, delirante. E não há dúvida que o sou. Mas, neste momento, não estou nesses estados. Não sigo a loucura. Nem tenho raciocínios primários. Não tenho de ter raciocínios primários. Sou capaz de escrever textos brilhantes, outros sofríveis. O país afunda-se. Chega a beleza da zona, cumprimenta toda a gente. O poeta é doido mas hoje não o é. O Tavares mostra os textos à menina. Tens de fazer o mesmo, ó poeta. O país a arder e eu aqui. Fico despalavrado. Olho para a menina. Há alguma vida aqui. Estamos melhor.

Thursday, January 13, 2011

À PROCURA DO LIVRO

Não há dúvida que sou diferente, que acredito num certo misticismo, numa certa magia paralela ao mundo. Acredito que posso mudar o mundo com as minhas palavras, com os meus gestos quotidianos. Há um ser em mim que vai até ao fim. Sou pedaços de um mundo desconhecido que alguém me dita. Um mundo que se está a compor. Um mundo que regressa à infãncia. Sou uma espécie de descobridor que, em certas ocasiões, avista novas paragens. Estou à procura do livro que me ensine definitivamente a vida, que me acorde definitivamente. Estou à procura da luz que não me faça regressar às trevas. Sou esse homem que procura. Que um dia acorde definitivamente feito, definitivamente pleno, sem marcha-atrás.

POSSO TÊ-LAS


As mulheres inacessíveis. Posso tê-las. Agora posso tê-las. Já não estão no outro mundo. Posso tê-las. Sou o anjo maldito. Posso tê-las. Vim cá para isso. Observo-as. Quero-as. Não por acaso, voltei ao café da gaja do beijo na boca. À espera do beijo na boca. Precisava estar só. Sou o homem do mundo. Não preciso ser nem fazer mais nada. Existo. Venho da cRiação. Anjo maldito/ troçando da farsa.

Wednesday, January 12, 2011

FOME NAS ESCOLAS

O Diário do Professor Arnaldo – A fome nas escolas

Um quotidiano de um professor, um registo diário de um dia passado numa escola.

Um exemplo de muitas escolas espalhadas por este país, onde se constata as condições de sobrevivência de muitos pais, desempregados, com filhos…sem os poder alimentar ou vestir com dignidade.

Temos o país de faz de conta do senhor Sócrates e temos o país da realidade vivida por milhares e milhares de trabalhadores.

A luta é necessária para combater este estado de coisas, a revolta é urgente e fundamental.




"Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.

Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.

De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha.

Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude. Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…

Sem saber o que dizer, segurei-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir». Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?

É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos."


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