Friday, January 14, 2011
A MENINA
Não, não estou bem. Escuto as conversas dos outros. O Tavares e a velha. As graçolas. Sempre animam a alma. Mas não estou bem. Definitivamente, não estou bem. Sinto um certo desprezo pelas conversas das gentes simples. Mas o Tavares tem espírito, não haja dúvida. É o personagem cá da zona. Não estou bem. E desprezo os deuses da publicidade. Não sou deles. Sei o que quero. Às vezes passo por louco, delirante. E não há dúvida que o sou. Mas, neste momento, não estou nesses estados. Não sigo a loucura. Nem tenho raciocínios primários. Não tenho de ter raciocínios primários. Sou capaz de escrever textos brilhantes, outros sofríveis. O país afunda-se. Chega a beleza da zona, cumprimenta toda a gente. O poeta é doido mas hoje não o é. O Tavares mostra os textos à menina. Tens de fazer o mesmo, ó poeta. O país a arder e eu aqui. Fico despalavrado. Olho para a menina. Há alguma vida aqui. Estamos melhor.
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