Monday, June 22, 2009
À MESA DA CONFEITARIA
Escrever por escrever
volto à mesma fase
esta sexta o "Piolho" faz 100 anos
e eu aqui na confeitaria
o tolinho entra
e mantém-se atinadinho
o casal do lado devora tostas-mistas
há pessoal que me admira
e pessoal que me odeia
que foge de mim a sete pés
que fica incomodado com as minhas palavras
que só gosta daquelas coisas alinhadinhas
enfim,
amigos do Sócrates e da Manuela Ferreira Leite
botas de elástico
eu também era atinadinho
até aos 18 anos
depois deixei de sê-lo
embora voltasse a sê-lo
durante as longas depressões
e eis-me aqui, agora
à mesa da confeitaria
o mundo à minha mesa
a vida a rolar
mas não estou com o mesmo speed
dos últimos dias
há sempre altos e baixos
na minha vida
é verdade que também cultivo uma certa distância
a distância da estrela
a distância do artista
estrela?
A estrela está tesa
não há "cachet" para a estrela
apesar de ela, às vezes,
conseguir ser brilhante
outras não passa da mediania
enfim, um gajo também sente a coisa
há momentos em que se sente iluminado
em que se sente um senhor
um senhor sem escravos
num mundo de escravos.
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2 comments:
It's strange, I've been flicking through your poems for hours, even though none of them are in English! Perhaps you will translate them sometimes?
it is difficult but I'll try, my friend.
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