Esclavagismo e traição…
Veio a terreiro na comunicação social que os sindicatos, CESP, desconvocaram o pré-aviso de greve marcada pelos trabalhadores dos hipermercados para 24 de Dezembro, porque os patrões voltaram atrás...perguntamos quais as condições que estes sindicalistas aceitaram, porque o que se sabe é muito pouco, informam que os patrões "retiraram a proposta e que esta situação "não inviabiliza as negociações salariais?!, não sabemos quais! Mas o mais interessante deste informe por parte dos sindicalistas, é que as empresas "estão a fazer comunicados e a fixá-los nos locais de trabalho dizendo que não há razão para a greve porque a proposta de mais horas de trabalho não vai para a frente". Será necessário dizer mais algo sobre a traição que se prepara sobre a luta mais justa dos trabalhadores?
Mas vamos aos factos sobre esta luta destes trabalhadores, que vendem a sua força de trabalho nos inúmeros hipermercados, contra os patrões, Sonae ou Jerónimo Martins, uns dos maiores esclavagistas da nossa época.
Esclavagistas, sim senhor, porque estes patrões não se contentando em manter uma mão-de-obra, baratinha, a média dos salários que os trabalhadores auferem correspondem ao ordenado mínimo, trabalhando com horários que exorbitam os contratos de trabalho assinados, existindo a maior flexibilidade de funções existentes no nosso país, ainda querem impor aos trabalhadores que trabalhem 60 horas semanais, correspondendo a 12 a 14 horas diárias, claro como os patrões afirmam com descaramento que são voluntários, nada de obrigações...e não podemos esquecer que os trabalhadores podem ser convocados na véspera para trabalhar mais horas das que estão consignadas por contrato, (que na prática não são cumpridos na maior parte das vezes).
Esta posição dos patrões tem suporte na lei, o chamado banco de horas, aprovado pelo governo do Sócrates na sequência da aprovação do malfadado Código de Trabalho. Por isso ainda é mais dramática esta situação que o patronato o querer impor horas extraordinárias sem a devida compensação seja monetária e de descanso mínimo para os trabalhadores.
Naturalmente os senhores patrões, fazendo coro com vários especialistas económicos da nossa praça, vieram a terreiro informar "que eles dão emprego a milhares de famílias e que melhor é ter trabalho..." como escravos, dizemos nós, cambada de negreiros.
Os trabalhadores não devem aceitar estas condições vexatórias contra a sua dignidade e devem opor-se contra estes desígnios, e devem exigir da parte dos sindicatos, seus representantes?!, que seja assinado preto no branco uma cláusula contra qualquer outra eventualidade de imposição deste género de horários e lutar em simultâneo pela extinção deste banco de horas que só serve aos patrões ( e aos sindicalistas que se vendem por um prato de lentilhas...).
Esta situação vem pôr em destaque o que nosso partido tem sempre defendido, que os trabalhadores devem lutar pelas 30 horas semanais, como um objectivo importante e fundamental para salvaguardar o emprego e exigir também numa luta mais geral, o aumento do salário mínimo para os 600 euros.
23 de Dezembro de 2009
Thursday, December 24, 2009
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