Mãe
que pare
eis como me sinto
não sou como tu
que comes tudo
o que a TV dá
tudo o que a TV
vende
morte, morte e mais morte
mesmo que venha embrulhada
de gajas boas
de mulheres de sonho
eis o que eles te vendem
eis a merda
que te dão de comer
todos os dias
as notícias do Templo
e do Império
eis o que te mata
o que te envenena
o que te tenta vencer
uma e outra vez
em forma de bola
em forma de mulher
mãe
que pare
eis como me sinto
resisto
estou aqui
fornico a solidão
não sou como vós
não sou vosso irmão
não me envenenais
não me matais
crio
creio
sou o poeta
o mago da Palavra
mãe que pare
e insiste.
Vilar do Pinheiro, 27.12.2009
Sunday, December 27, 2009
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