Falo contigo
e afinal queres saber
falo contigo
e, afinal, estás em mim
fado contigo
e és a mãe com a criança
no fundo do poema
no fundo da esperança
falo contigo
e é o caos que se afoga
a meio da cantiga
da Grécia antiga
afinal de contas
vem o amor
no meio da imbecilidade
vem o amor
a voz que canta
dentro de ti
a eternidade
o álcool sobe
mas tu és a morada
entre anjos nus
e anjos da guarda
falo contigo
és a minha dama
e o poema fere
Hamlet Ofélia ressacada
de micro na boca
de voltas trocadas
vens até mim
foges na dança
dou-te poemas
não tenho mais nada
anjo patético
na tua chamada
foges de mim
mas secas-me as lágrimas
amor sem fim
Vénus inacessível
a meio da estrada
brincas comigo
desse lado do fio
nomes jornais
não sobra nada
és a canção
o anjo que me aguarda
eu em ti
ao sabor da guitarra.
A. Pedro Ribeiro, Vilar do Pinheiro, VIP, 29.1.2007
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