Levante-se pois uma ponta do véu:
Eis o Poeta em pleno acto criativo
No melhor corpo cai a noite
De quem a sete selos
Tenta criar o paraíso
Terreno num beco sem saída
Estou a vir-me
Num espelho escrito por dentro
E por fora
Estou a vir-me
Enjaulado em mim
Distorcido
De um lado para o outro
Cabalístico
Estou a vir-me
As banhas,
as cicatrizes,
As chicotadas psicológicas,
Os olhares psicóticos,
As taras,
os traumas:
Exercícios de esquecimento
Interdito
Estou a vir-me
À volta do corpo,
Essa embarcação hostil,
Estou a vir-me
À volta do corpo
Os passos perdidos do desconhecido
Estou a vir-me
Tal cão saindo dum banho de sangue
Estou a vir-me
Num banho de vozes
A sete chaves
Que nada dizem
Estou a vir-me
À base
De plásticas e constante
Arrancar de costelas
Estou a vir-me
No desconhecido
Ser que morre como nasce
Escrito,
tatuado por dentro e por fora
Com a miséria mental
A tapar-lhe os olhos,
Estou a vir-me
Absolutamente
PerdidoEm sonhos,
banhas,
Cicatrizes para e psicológicas,
chicotadasPsicóticas em eternos
Exercícios de esquecimento
Estou a vir-me
Há três dias e três noites
Só me apetece delirar
Neste beco sem saída
Que é o corpo
Em permanente banho de multidão
Estou a vir-me
Em flagelo
A vir-me para o conhecido
Livro dos sete selos
E nas suas sete taças
Escritas por dentro
E por fora
Estou a vir-me”
No comments:
Post a Comment