Saturday, February 19, 2011

A REVOLUÇÃO JÁ NÃO É UMA PALAVRA IMPOSSÍVEL


Não entendo os "revolucionários" que adiam a revolução para daqui a 100 anos ou que se contentam com os 7 a 10% das eleições. O que se passou na Tunísia e no Egipto e o que se está a passar no Norte de África e no Médio Oriente prova que a revolução deixou de ser uma palavra impossível. Mubarak esteve 30 anos no poder e caiu em 15 dias. A hipocrisia dos líderes ocidentais é que impressiona. Até agora apoiavam os egimes egípcio e tunisino e agora vêm valar em democracia. Mas vai sobrar para eles. O desemprego galopante, as vidas precárias, a pobreza mas também o mal-estar, o tédio, a castração, a felicidade fabricada, a depressão permanente e a escravidão que os políticos cinzentos, os banqueiros e os especuladores dos mercados nos vendem vai-se virar contra esses profetas da morte em breve na Europa, como já se tem visto sobretudo na Grécia e em França. A classe política nunca esteve tão desacreditada. Deixaremos finalmente de ser macacos que negoceiam, intrigam e invejam. Somos alma, somos coração, somos criação, não somos escravos nem máquinas telecomandadas. Estamos aqui para viver, para gozar, para partilhar, para celebrar. Por isso, sou optimista. Acredito que a revolução começa hoje, que a revolução é sobretudo vontade, amor, liberdade, como diziam os surrealistas. Não, não vou esperar pelos 7% nem pelos 10, nem pelos 20, nem vou esperar mil anos. O novo homem está aqui.

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