Carlos Braz Saraiva, professor de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e autor de vários livros sobre o suicídio, acredita também que actualmente existe uma "melhor fiabilidade do registo do número de casos". Porém, não tem dúvidas de que esta melhoria no registo não é um efeito do Plano de Saúde Mental, mas antes do mérito da Medicina Legal. E, apesar do esforço no apuramento de dados sobre as mortes por suicídio, afirma: "Há pelo menos uma década que se sabe que os dados do suicídio em Portugal não são muito rigorosos. Portugal tem, por exemplo, uma taxa de morte por causa indeterminada acima da média europeia. É provável que algumas destas mortes sejam atribuíveis ao suicídio. Podemos estar longe da verdade. Braz Saraiva insiste num velho cavalo-de-batalha: "A única maneira de conseguir separar os acidentes dos suicídios é realizando autópsias psicológicas [através de entrevistas a familiares e a amigos] e isso não é feito hoje".
A segunda razão é "um aumento do número de casos". "Desde o início do século XXI que se nota este aumento", constata, confirmando um acréscimo de depressões na prática clínica. "As pessoas estão a passar uma onda melancólica e de desespero. Há uma desesperança, uma onda de pessimismo e muito medo do futuro, do desconhecido. É o pior medo que existe".
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Monday, March 15, 2010
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