Friday, August 24, 2012

O CAMPO DA VIDA

As horas passam e eu aqui no Piolho, cheio de poesia. A minha escrita sofreu uma viragem. Escrevo, agora, de uma forma profética que vem não sei de onde. Estou, de novo, na estrada do excesso. Por isso penso que a vida só faz sentido assim vivida. Por isso estou certo que temos de agarrar a vida e afastarmo-nos daqueles que pregam a morte e a finança. É, de facto, um combate entre a vida e a morte aquele que travamos. Não digo que não haja pessoas enganadas nas fileiras da finança, não digo que não haja gente bem-intencionada. Todavia, parece-me hoje evidente que há aqueles que vivem a vida pela vida e há outros que, graças às suas imposições económicas, políticas, religiosas nos querem impedir de gozar a vida. Aliás, acabam por ser tão pequenos, tão mesquinhos, apesar de poderosos. Querem controlar o nosso cérebro, a nossa intimidade, as nossas pulsões vitais. A questão é que o vizinho do lado muitas vezes se deixa levar pelo paleio dos mercadores, acabando por se tornar, também ele, um inimigo da vida. Daí a inveja, a intriga, a coscuvilhice de todos os dias. Certamente que discutir futebol 24 horas por dia, sete dias por semana, também contribui para a imbecilização e para a morte do homem, tal como as correrias e os atropelos nas promoções do “Pingo Doce”. O nosso homem é o mesmo de Sócrates e Platão. O nosso homem é o cidadão livre, esclarecido, que discute política, literatura, filosofia na praça pública. O nosso homem é aquele que decide por si mesmo sem medos, nem patrões, nem papões. O nosso homem é aquele que, como Jim Morrison, põe à prova os limites da realidade. Este homem existe. Não é nenhum extraterrestre, não é sequer uma utopia. Esse homem existiu em Barcelona nos anos 30 do século passado, esse homem existiu em muitas revoluções. Claro que é um homem insatisfeito, exigente, dono de si mesmo. Cabe-nos a nós defender esse homem contra a máquina tecno-económica e propagandística. Cabe-nos a nós salvar o homem e o mundo. Bem sei que este não é o discurso economicista dos partidos de esquerda, bem sei que me podem chamar sonhador como chamaram a John Lennon quando ele cantava “Imagine”. Mas eu estou convicto do que digo. Ou nós ou eles. Ou escolhes o campo da vida ou escolhes o campo da morte.

2 comments:

A Marreta do Azarão said...

Realamente, este controle exercido pelo Estado sobre nosso corpo e mente está atingindo níveis absurdos, tudo em nome da maior ditadura que já se instalou no planeta, o politicamente correto.
Agora, em Brasil, a lei quer que os mercados façam o cadastro de qualquer um que comprar bebida alcoólica.
Querem fichar a minha cervejinha de todos os dias.
Se te interessar, veja a reportagem :
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1134148-agora-supermercados-anotam-rg-de-comprador-de-bebida-alcoolica.shtml

A. Pedro Ribeiro said...

é isso tudo. Abraço, amigo.