Monday, October 18, 2010

O GRANDE ABSURDO


Este é o tempo do grande absurdo, da "grande náusea", do niilismo. Assim falava Nietzsche. Colocamos o nosso destino nas mãos dos mercados, de especuladores sem escrúpulos. Entregamos a nossa vida a políticos patéticos, ao serviço dos especuladores e dos banqueiros, a seres sem brilho, charlatães, vigaristas, que se servem à vez e nos cortam a vida. Este é o tempo dos pregadores da morte, dos inimigos da vida, que nos dão (ou vendem) o tédio e a miséria. Sobem as tentativas de suicídio, as depressões, a melancolia, o homem que não quer, que não crê, que não cria, o homem que já não é homem. É preciso fazer a ruptura. É preciso outro homem "que voltará a libertar a vontade, que devolverá à Terra o seu objectivo e ao homem a sua esperança, este anticristo e antiniilista, este homem que triunfará sobre Deus e sobre o nada." (Nietzsche, "Para a Genealogia da Moral"). Esse homem existe no homem. É preciso ir buscá-lo às profundezas, ao homem interior. Esse homem já existe naqueles que negam a não-vida "metro, trabalho, sepultura", naqueles que apedrejam os bancos e as bolsas, que negam a morte que vem dos mercados e dos políticos que lhes obedecem. É também um instinto. Mas o instinto existe. O mesmo instinto que nos leva a amar as pessoas, os cães e o planeta.

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