Friday, May 07, 2010

A CAIR, A CAIR

O PSI 20 encerrou hoje a perder 2,94 por cento para 6.624,29 pontos, fechando uma semana marcada por perdas por toda a Europa
A contribuir para a forte queda do PSI 20 esta semana esteve o alerta da agência de notação financeira Moody’s de que poderia baixar o rating de Portugal em “um ou dois níveis”.

“Os mercados financeiros viveram uma semana de fortes quedas, pressionados pelas preocupações com o eventual impacto negativo da crise da dívida grega na recuperação da economia mundial e nas contas públicas de outros países da zona euro, nomeadamente Portugal e Espanha”, disse a analista de acções da Millenium BCP, Telma Santos, à Lusa.

Ao contrário do que aconteceu ao longo da semana, nesta sessão não foi a banca que empurrou a praça nacional já que tanto o BCP como o BPI fecharam em terreno positivo. O banco liderado por Santos Ferreira fechou a ganhar 1,13 por cento para 0,63 euros, enquanto a instituição liderada por Fernando Ulrich avançou 1,88 por cento para 1,52 euros.

A EDP também fechou a sessão a ganhar, ainda que ligeiramente, crescendo 0,50 por cento para 2,60 euros.

Quinta-feira, a eléctrica apresentou os resultados do primeiro trimestre de 2010 com lucros de 309 milhões de euros, mais 17 por cento do que em período homólogo do ano anterior.

Nesta sessão 17 empresas perderam valor, com cinco cotadas a descerem mais de 4 por cento.

O ‘peso pesado’ Portugal Telecom foi o título que mais empurrou o índice, ao perder 8,22 por cento para 6,48 euros.

No sector da energia, à excepção da EDP, todas as cotadas fecharam em vermelho. A EDP Renováveis recuou 3,93 por cento 4,87 euros, enquanto a Galp caiu 3,90 por cento para 10,72 euros. A REN perdeu 1,13 por cento para 2,54 euros.

A Sonaecom fechou a perder, recuando 0,40 por cento para 1,24 euros, com os investidores a ignorarem os 8,2 milhões de euros de lucro conseguidos pela empresa no primeiro trimestre de 2010.

A Glintt, que quinta-feira apresentou lucros de 943 mil euros referentes ao primeiro trimestre de 2010, um crescimento de 17 por cento face ao período homólogo de 2009, manteve a sua cotação inalterada em 0,61 euros.

Esta foi uma sessão com razoável liquidez, com 100 milhões de ações a trocarem de mãos no valor aproximado de 186 milhões de euros.

O PSI 20 teve hoje um comportamento semelhante às principais praças europeias. Paris liderou as perdas a cair 4,60 por cento para 3.392,59, seguida de Madrid que recuou 3,28 por cento para 9.046,10 pontos. Frankfurt registou perdas de 3,27 por cento para 5.715,09 pontos e Londres recuou 2,48 por cento para 5.130,75 pontos.

O índice Dow Jones 50 perdeu 3,69 por cento para 2.327,66 pontos e o índice Euronext 100 recuou 4,36 por cento para 613,50 pontos.

“A crise da dívida grega intensificou-se esta semana com a confiança dos mercados financeiros a evaporarem-se perante a violência dos protestos nas ruas de Atenas. Os tumultos resultaram em alguns das maiores e mais sustentadas quedas desde o início da recuperação económica, há um ano”, afirma à Lusa Andrew Webb, especialista da gestora de fundos norte-americana Fidelity.

Para o especialista, “em todo o mundo cresce o sentimento de que a crise financeira do Sul da Europa saia de controle”.

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